POMERANA

Coluna Pomerana

Molkerei, Butterfass, Kochkäse, Milchwagen, Kräuterkäse: elementos da importância do leite nas famílias de origem Pomerana

Publicado em 18/09/2018 às 12:03

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Parte I

folha1Paisagens bucólicas são facilmente encontradas nas zonas rurais, agora imagine ao longo de um caminho muitos jardins, e em frente da maioria das casas banquetas de madeira ou pequenas casinhas “abertas para o lado da rua”, onde diariamente eram colocados tambores de leite (Milchkanne em alemão e Melkkann em pomerano/platt). Aos fundos de cada uma destas casas, um pomar, uma horta, os ranchos e um generoso pasto com muitas vacas leiteiras Esse era um dos cenários rotineiramente encontrados em Pomerode, especialmente nas “tifas” que permeavam os vales da região (tifa: adaptação da palavra “Tiefe”, que em alemão significa baixada, em pomerano/platt denominado de “Tief”).

folha2Importante ressaltar que, num primeiro momento da colonização de Pomerode, os lotes foram sendo disponibilizados ao longo da “estrada principal” e os novos colonos que chegavam tinham que colonizar os vales mais adentro da estrada principal, ou seja, as regiões mais “de profundidade”, assim, surgem as tifas. No encontro da tifa com a estrada geal, geralmente ficavam as vendas onde ocorria toda a atividade comer-cial da região.

folha3Um exemplo é o comércio Haut, que em 1913 se estabeleceu na confluência da estrada geral com a tifa de Testo Alto. Das tifas saiam os insumos produzidos pelos colonos que abasteciam as vendas, e o leite merece um lugar de destaque. Para se ter uma ideia, no comércio Haut, mais de 1.000 colonos forneciam leite que abastecia a queijaria (Molkerei em alemão e Molkariech em pomerano/platt). Leite que vinha das tifas de Testo Alto, Wunderwald, Tontiefe, Baumannstiefe, entre outras. Havia uma carroça para a coleta do leite (Milchwagen em alemão e Melkwaga em pomerano/platt) em cada tifa, o leiteiro nem precisava saltar delas, já que os tambores sempre estavam dispostos mais elevados nas banquetas ou casinhas que ficavam ao longo do caminho. Queijo, nata e manteiga estavam entre os principais produtos do beneficiamento. Os Haut chegavam a produzir cerca de 800 kilos de queijo por mês, e um utensílio totalmente indispensável na Molkerei eram as formas/moldes retangulares de alumínio para fabricação do queijo, sobre a qual se colocava um peso que, pressionando, extraía o soro do leite. Esse soro, mais conhecido como “Molka”, era coletado pelos colonos para alimentar principalmente os porcos, uma rotina muito comum nas várias queijarias que existiam em Pomerode, como das famílias Haut, Glatz, Passold, Graupner, Koch e Weege. O comércio de laticínios Passold por exemplo, processava 2.000 litros de leite por dia, retirava a nata do leite transformando-o em caseína. As famílias de Richard Koch e de Hermann Koch também eram especialistas em processar leite, cada um com seu negócio. Ambos os comércios processavam em torno de 3.000 litros de leite por dia, tinham como especialidade os queijos e a manteiga. A manteiga de Richard era transportada até Blumenau e Joinville em tambores de madeira por grandes carroças.

folha4No entanto, o maior expoente na produção de lácteos foi a indústria Weege. Fundada em 1901, começou sua produção de lacticínios em 1918 motivada pelo fato de estar localizada numa das maiores bacias leiteiras do Estado. Nos tempos de máxima produção, co-letavam 15.000 litros de leite no verão e 10.000 no inverno, incluindo vários municípios vi-zinhos. Porém em 1980 se construiu e equipou um dos mais modernos lacticínios do país, adquirindo a capacidade de beneficiar 60.000 litros de leite por dia. Os lacticínios geralmente produzidos eram a manteiga, o queijo prato, queijo minas frescal e outros queijos mais seletos com maturação avançada como parmesão, pecorino, e o queijo gouda. Cabe destacar os queijos fundidos que derivavam de outros queijos manufaturados (geralmente prato e pecorino), que eram cortados em pedaços, triturados e depois fundidos em autoclaves,. O queijo de ervas (Kräuterkäse) em bisnagas virou um ícone. Os queijos Weege e demais produtos para os quais foi auferida a marca Olho, atravessaram fronteiras e conquistaram prestígio em todo o território nacional, resultado de uma família pomerana empreendedora com foco constante na inovação.

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