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Coluna Pomerana

Luteranismo, agricultura familiar e terra: Uma convergência comum entre os descendentes pomeranos

Publicado em 13/01/2020 às 12:45

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coluna1A chegada dos imigrantes germânicos, italianos, etc. na segunda metade do século XIX intimamente se relaciona com o processo de interiorização no Estado do Espírito Santo, a despeito da já presença indígena na região. Seria no interior, ou mais especificamente, na serra capixaba, que estes muito destes imigrantes começariam suas vidas no Brasil, em meio a um clima tropical, sujeitos a epidemias, adversidades de adaptação, entre outras dificuldades.

Deve-se principalmente a estes imigrantes a formação da agricultura familiar no solo espírito-santense, em detrimento de muitos outros estados brasileiros que tiveram na monocultura, movidos a trabalho escravo, sua formação.

coluna2Neste panorama, cabe destacar que as igrejas luteranas exerceram um papel propulsor para muitos imigrantes. As pesquisas de Werner Fuchs A IECLB e a pastoral da terra (1982); de Ingrid Margarete Giesel Queremos uma economia solidária. Igreja e Agricultura Familiar (2001); de Sérgio Sauer The Land Issue as a theological problem: the Roman Catholic and Lutheran Churches social and political commitment to the struggle for land the Brazil (1996); Tarcísio Vanderlinde Entre dois reinos: a inserção luterana entre os pequenos agricultores no sul do Brasil (2004); de Sívio Meincke Luta pela terra e reino de Deus (1988), apontam para a proximidade entre a agricultura familiar e a igreja luterana.

Dentre estes, talvez seja o mais representativo o trabalho de Vanderlinde (2004), mostrando amiúde, a influência decisiva da Igreja Luterana na Agricultura Familiar no oeste do Paraná, por meio do Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (CAPA), espaço criado e dirigido pela Igreja Luterana para defender e desenvolver a Agricultura familiar no seio da comunidade onde atua.

coluna3Não só no Paraná, mas em várias partes do Brasil, onde havia e há igrejas luteranas, reuniam-se assim não só as crenças comuns de indivíduos, mas principalmente projetos, cooperativismo, empreendedorismo, etc, intercâmbio de ideias, etc. De modo atuante, porém, às vezes, aparentemente discreto, pastores luteranos colaboraram para o desenvolvimento da agricultura familiar. Por longas décadas até o presente, é possível supor que a organização dos espaços rurais de muitos municípios capixabas se deu nuclearmente em torno da presença luterana e da agricultura familiar, sobretudo em municípios capixabas mais influenciados por descendentes pomeranos e alemães, onde o luteranismo teve (e tem) mais força institucional.

Por exemplo, de acordo com informações do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba 2005 – 2007 (estudo setorial: Agricultura Familiar), há duas instituições luteranas que tem apoiado projetos de agricultura familiar: a Fundação Luterana Sementes e Associação Diacônica Luterana (ADL).

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