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OS POMERANOS

Publicado em 08/06/2022 às 16:22

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Dr. Ivan Seibel
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No Brasil e no Mundo

Esse povo camponês, conhecido como pomeranos, após muitas dificuldades geradas pelas guerras e, sobretudo, pelas consequências advindas da revolução industrial, como o desemprego e a fome, se dispersou pelo mundo. Além disso, a perda, ao longo dos últimos séculos, do seu território para diferentes nações mais poderosas, como a própria Prússia, levou à fuga de uma boa parte da sua
população rural. Sabemos hoje que milhões de alemães emigraram para os Estados Unidos.

Contudo, segundo algumas fontes, em uma época em que a Pomerânia tinha uma população de menos de um milhão de habitantes, cerca de 300.000 emigraram para os Estados Unidos. Apenas entre 1871 e 1880, cerca de 61.000 seguiram para a América. De 1881 até 1890 teriam emigrado 132.000 e de 1891 a
1900 cerca de 57.000 pessoas.

Quanto à imigração alemã nos Estados Unidos, vale citar que o contingente que por lá chegou foi muito significativo, tendo em alguns estados se aproximado a um terço da sua população total. Ainda nos dias atuais, cerca de 1,6 milhão de pessoas nos Estados Unidos ainda falam a língua alemã em casa. O alemão é a segunda língua mais falada na Dakota do Norte (1,39% de sua população). Em 16 estados americanos, depois do inglês, o alemão é a língua mais falada.

Nos dias de hoje, a língua pomerana ainda sobrevive em algumas regiões dos Estados Unidos. Nesse aspecto, Winconsin se sobressai de modo especial. O chamado “Wisconsin Platt”. Por lá é considerado um dialeto da região oriental da Alemanha, ou melhor dizendo, remonta aos emigrantes da Pomerânia Oriental e que chegaram nos Estados Unidos na primeira metade do século XIX. Linguisticamente, se assemelha à língua pomerana falada no Brasil.

Aqui no Brasil, os imigrantes alemães, oficialmente, começaram a chegar a partir de 25 de julho de 1824. O auge do movimento foi entre as décadas de 1850 e 1890. De acordo com dados estatísticos do IBGE, na segunda metade do século XIX, entraram no Brasil cerca de 75 mil alemães. Outro grande fluxo de imigrantes alemães ocorreu na década de 1920, quando chegaram em solo brasileiro cerca de
76 mil alemães.

Estimativas atuais, inclusive da própria DW da Alemanha, diferentes fontes citam números que variam de 5 a 7 milhões de descendentes alemães vivendo no Brasil.

A assimilação dos pomeranos

Nos Estados Unidos, os aspectos relacionados à preservação de hábitos e costumes alemães, no século XIX, em quase todo o território americano, contribuíram em muito para a aceitação desses cerca de 300.000 imigrantes pomeranos, chegados ao continente americano. Além disso, a presença de toda uma
sociedade já estruturada, passou a oferecer condições muito propícias para a integração dos recém chegados.

Já para o Brasil, sobretudo durante a decada de 1870, chegaram pouco mais de 20.000 pomeranos. Alguns, como aconteceu no Estado de Espírito Santo, foram assentados em meio à selva, em locais de difícil acesso. Diferente do que aconteceu na América, no Brasil se mantiveram em comunidades fechadas. Nas décadas de 1930 e 1940, foram proibidos de falar a sua própria língua, foram perseguidos pelos camisas-verdes dos integralistas, seus pastores detidos e proibidos de oficiar cultos em língua alemã.

Aqui no Brasil, nesses seus novos assentamentos, após séculos de provações, conseguiram reafirmar sua identidade, cultivar sua língua e suas tradições e recuperar seu orgulho. Suas colônias, inicialmente se desenvolveram no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Espirito Santo. A partir da década de 1970,
em decorrência uma migração interna, grupos de pomerano provenientes do Paraná e, sobretudo de Espírito Santos seguram para o então território de Rondônia, onde iniciaram novos assentamentos.

Hoje, os cerca de 400.000 descendentes daqueles 20.000 pioneiros, vivem integrados na sociedade brasileira. Mesmo que a Pomerânia represente aquela imagem saudosista, sabem que são brasileiros e como brasileiros continuarão pensando e agindo, apesar da cultura, da música e da língua pomeranas fazerem parte do seu cotidiano.

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