Guedes pode ter que se explicar após nomear bolsonarista para Receita

Publicado em 04/02/2022 às 12:51

Compartilhe

115430


source
João José Tafner
Reprodução Instagram

João José Tafner

A bancada do Psol protocolou um requerimento de convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes, à Câmara dos Deputados para que ele explique a nomeação do auditor fiscal João José Tafner, apoiador da família Bolsonaro, para a Corregedoria da Receita Federal.

O órgão é um dos responsáveis por investigar o esquema das rachadinhas, cujo filho 01 do presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro, está envolvido. 

“Esse é mais um episódio em que o governo Bolsonaro aparelha as instituições brasileiras para encobrir os crimes e esquemas de sua família. Dessa vez o alvo é a Receita Federal, ferindo o princípio da impessoalidade, na tentativa de impedir o prosseguimento das investigações das rachadinhas de Flávio Bolsonaro na ALERJ”, aponta a líder da bancada do Psol, Sâmia Bomfim.

O Psol alega que o aparelhamento do Estado para blindar aliados políticos é ilegítimo e inconstitucional.

“Queremos que Guedes venha à Câmara prestar contas e elucidar os critérios para a nomeação de João José Tafner, notório apoiador do governo e da família Bolsonaro, como corregedor da Receita, uma vez que o mesmo não tem nenhuma experiência na corregedoria do órgão”, afirma Sâmia.

A nomeação foi publicada nesta terça-feira (2) no Diário Oficial da União (DOU), com a assinatura do ministro da Economia.

Quem é?

Tafner é servidor federal há quase 20 anos. Ocupou no ano passado o cargo de diretor administrativo-financeiro da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), empresa que também é vinculada ao Ministério da Economia.

Leia Também

Durante a campanha eleitoral de 2018, ele posou para fotos ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), de Marcos Pontes (hoje ministro da Ciência e Tecnologia) e do candidato a deputado estadual pelo PSL Marcus Dantas. Nas fotos, Tafner aparece utilizando um adesivo da campanha de Dantas.

O comando da corregedoria da Receita estava vago desde julho do ano passado, quando terminou o mandato de José Pereira de Barros Neto. No ano passado, Guedes indicou para o posto o auditor Guilherme Bibiani. Entretanto, segundo informou o colunista Lauro Jardim na época, a nomeação foi travada por Flávio Bolsonaro, que gostaria que alguém de sua confiança ficasse no posto.

Barros Neto havia sido alvo de um pedido de investigação de Flávio, que acusou o então corregedor de deixar de apurar supostos atos ilegais. O Ministério da Economia, contudo, concluiu que não houve infração e arquivou o caso.

A defesa do senador alega que a investigação da “rachadinha”, da qual ele é alvo, teria sido iniciada a partir da atuação irregular de auditores da Receita no Rio de Janeiro. Em 2020, Flávio e seus advogados se reuniram com o então secretário da Receita, José Barroso Tostes Neto, para apresentar suas suspeitas.

Tostes Neto deixou o cargo em dezembro. De acordo com a colunista Míriam Leitão, a ordem para exonerá-lo partiu de Bolsonaro, atendendo os interesses de Flávio.


Veja também

brasil-07-05-ft-div-Marinha-do-brasi

Marinha envia nesta terça hospital de campanha ao Rio Grande do Sul

politica-07-05-Foto-Helio-Filho-Secom

Governo do Estado lança edital com R$ 10 milhões em recursos para pesquisa agropecuária

geral-07-05-freepik

Decreto prevê concessão de benefícios tributários a empreendedores capixabas afetados pelas chuvas

agro-07-05-Foto-Vanessa-Capucho-incaper

Feira facilitará acesso de pecuaristas do norte capixaba a touros melhoradores

cultura-06-05-pmdm

Prefeitura busca empresa para restaurar a Casa da Cultura de Domingos Martins

geral-06-05-banestes

Banestes lança Inteligência Artificial Generativa própria em parceria com startup capixaba

Close up view of driving instructor holding checklist while in background female student steering and driving car.

Detran|ES divulga lista de selecionados no programa CNH Social 2024

geral-06-05-ft-gov-es

Espírito Santo envia segunda equipe de bombeiros para o Rio Grande do Sul