Reajuste da mensalidade escolar assusta; veja os percentuais

Publicado em 24/11/2021 às 12:51

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Depois de conciliar aulas remotas e híbridas na pandemia, reajuste deve ser o maior dos últimos quatro anos
Divulgaçao/PMG

Depois de conciliar aulas remotas e híbridas na pandemia, reajuste deve ser o maior dos últimos quatro anos

Depois de dois anos conciliando aulas remotas e híbridas, a volta à rotina escolar em 2022 virá acompanhada, para muitas famílias, de um reajuste nas mensalidades que deve ser o maior dos últimos quatro anos.

Levantamento feito em cinco estados do país pela consultoria Meira Fernandes, especializada em estudos educacionais, constatou que 16% das escolas que pretendem aumentar a mensalidade em 2022 farão aumentos na casa dos dois dígitos. Desde 2017, os preços vinham subindo menos de 10%.

Em escolas do Rio e de São Paulo, os reajustes variam de 6,5% a 14%. E devem apertar o orçamento das famílias em um momento que a inflação está acelerando.

A dona de casa Fernanda Lanes não chegou a se surpreender com o reajuste de 9% na mensalidade escolar dos dois filhos, que estudam no ensino fundamental e médio do colégio Qi. Mas, mesmo tendo conseguido um desconto de 40% na mensalidade por ter dois filhos matriculados, para mantê-los na escola, precisou cortar despesas dentro de casa.

“Tivemos que começar a comprar carne de segunda, optar pelo frango e por marcas mais baratas. Agora, não vamos mais ao salão, fazemos tudo em casa, e evitamos programas caros, como ir ao cinema. Tudo para mantê-los em uma boa escola particular”, conta.

O economista Fabio Romão, da LCA Consultores, lembra que o reajuste salarial dos professores influencia muito nos custos das escolas. Os salários do magistério costumam ser reajustados pelo INPC, que subiu 11,08% nos últimos 12 meses.

Além disso, como aplicam o aumento na mensalidade apenas uma vez por ano, as escolas tendem a tentar se proteger de uma possível alta mais forte de preços em 2022 diante da piora nas perspectivas para a inflação.

No Rio, reajuste de até 14%

No Rio, colégios tradicionais já divulgaram seus percentuais de reajuste para 2022. Na escola bilíngue Maple Bear, a alta será de 14%. O Colégio Cruzeiro terá reajuste de 11,5% e o Liceu Franco-Brasileiro, de 10,9%. No Santo Agostinho, o reajuste será de 9,8% e no Logosófico será de 6,5%. O Miraflores de Niterói vai aumentar a mensalidade em 8%.

Em São Paulo, o Colégio Agostiniano Mendel prevê reajuste de 8% em todas as séries, enquanto o Colégio Etapa prevê reajuste de 8,25% para o Ensino Fundamental e de 9,35% para o Ensino Médio.

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No Colégio Oswald de Andrade, por outro lado, o reajuste será de 10,4%. E no Colégio Santa Cruz a correção vai ficar entre 9,5% e 10%, segundo a escola.

O presidente do Sindicato estadual das Escolas Particulares de São Paulo, Benjamin Ribeiro prevê reajuste entre 10% e 13% para 2022.

Já o presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) estima que o reajuste médio do setor será de 10%, refletindo o impacto sofrido pelas escolas nos últimos dois anos.

Em 2020, redução para manter alunos

Ele lembra que, em 2020, com a pandemia, houve redução de mensalidades para manter alunos. E as escolas arcaram com os custos para viabilizar o ensino remoto. Em 2021, houve a preparação para o ensino híbrido e o peso da inflação em setores como energia e alimentos.

“Temos convicção de que (os diretores) levam em conta o orçamento e também a comunidade em que estão inseridos. Entretanto, o setor educacional não está em uma bolha, imune ao que está acontecendo no país. Imaginamos que vai ser muito difícil fugir de um aumento de dois dígitos, em média”, afirma.

O economista Roberto Ivo da Rocha explica que o orçamento das escolas também é afetado pelo IGP-M, índice de preços que serve de referência para os aluguéis e que subiu 21,73% nos últimos 12 meses.

Segundo o diretor do Sindicato de Estabelecimentos de Ensino do Rio, Frederico Venturini, 70% das escolas da cidade são pequenas e, em sua maioria, não reajustam com a inflação.

“As escolas vão ter uma queda na sua margem porque, se reajustar muito, vão perder alunos, que simplesmente saem da escola e vão para uma mais barata”, explica.

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