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Maio Vermelho: o Brasil precisa falar sobre câncer de boca e tabagismo o ano todo

Publicado em 26/05/2025 às 08:23

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O Maio Vermelho é o mês de conscientização sobre o câncer de boca, um dos tumores mais prevalentes entre os tipos de câncer de cabeça e pescoço. É uma doença que, apesar de grave e muitas vezes mutilante, ainda recebe pouca atenção da sociedade e dos gestores de saúde pública, apesar de sua gravidade.

“Como paciente oncológico, veja todos os dias os impactos profundos que esse diagnóstico provoca, seja na parte física, emocional ou social, afirma Melissa Medeiros, presidente voluntária da ACBG Brasil – Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço. Melissa lidera a entidade dedicada a dar visibilidade ao câncer de cabeça e pescoço, promovendo apoio a pacientes, incidência política, informação de qualidade e ações que garantem diagnóstico precoce, tratamento adequado, reabilitação e reintegração social.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 15 mil novos casos de câncer de boca deverão ser registrados no Brasil em 2025. É um número preocupante, especialmente quando sabemos que a maior parte desses diagnósticos ainda acontecem em avançados, o que reduz as chances de cura e aumenta as sequelas dos tratamentos.

Foto: Freepik

A principal causa desse tipo de câncer é o tabagismo — fator de risco responsável por cerca de 90% dos casos de câncer de boca. Por isso, é simbólico que o Maio Vermelho também contemple uma data fundamental: o Dia Mundial Sem Tabaco , realizado em 31 de maio, uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS). Neste ano, a campanha tem como tema “Desmascarando a indústria do tabaco: expondo as táticas das empresas para deixar os produtos de tabaco e nicotina mais atraentes”.

O objetivo da OMS é alertar sobre os malefícios do cigarro e fortalecer a necessidade de políticas públicas de controle do tabaco, ainda mais urgentes num cenário em que os cigarros eletrônicos vêm ganhando força entre os mais jovens.

Avanços e desafios do Maio Vermelho

É importante ressaltar que os avanços na medicina trouxeram novas opções de tratamento para o câncer de boca, com menos efeitos colaterais e melhores resultados. No entanto, o Brasil ainda enfrentou diversas barreiras para garantir que essas inovações cheguem a todos que delas precisam.

Entre os avanços a serem destacados, o Projeto Maio Vermelho, iniciativa que surgiu no Rio Grande do Sul em 2011, propõe ações direcionadas a diferentes lacunas que compõe esse complexo problema de saúde pública.

Esse movimento, fruto de uma articulação entre Secretaria Estadual de Saúde do RS, Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, Universidades e entidades de classe de Odontologia, tem resultados expressivos.

O Projeto atua em múltiplas frentes: sensibilização da gestão e atores políticos, ações de educação permanente para profissionais de saúde, esclarecimento para população em geral. Para dar mais suporte às ações, pesquisas são realizadas para demonstrar seu impacto.

“No último ano, tivemos a oportunidade de trabalhar em colaboração com o projeto de fortalecimento da linha de cuidado para o paciente com câncer de boca, uma iniciativa da Coordenadoria Geral de Saúde Bucal capitaneada pela Profa. Dra, Tatiana Toporcov, da Universidade de São Paulo”, explica o cirurgião-dentista Vinicius C. Carrard, uma das lideranças do movimento. “Essa é a melhor notícia das últimas décadas em relação ao enfrentamento do câncer de boca no Brasil”, avalia Juliana Romanini, cirurgiã-dentista, que também está à frente do Maio Vermelho.

O diagnóstico precoce, no entanto, continua sendo um grande desafio, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS), onde o acesso a consultas especializadas e exames pode demorar. E quanto mais tardio o diagnóstico, mais agressivo tende a ser o tratamento. Outro gargalo importante é o tempo entre o estabelecimento do diagnóstico e o início do tratamento, período em que a doença segue em progressão.

Além disso, o paciente com câncer de boca — especialmente aquele que enfrenta cirurgias mutilantes — precisa de uma rede de apoio estruturada para garantir sua reabilitação. Fonoaudiologia, fisioterapia, suporte nutricional, psicológico e social devem estar integrados ao tratamento oncológico. Retomar a vida social, profissional e familiar após uma experiência como essa exige muito mais do que vencer a doença no sentido biológico. É preciso vencer também o estigma, o abandono e o despreparo do sistema.

Neste Maio Vermelho, a proposta é ampliar o debate sobre o câncer de boca, fortalecer as ações de prevenção ao tabagismo e, acima de tudo, lutar por mais dignidade no cuidado às pessoas afetadas por esse tipo de câncer. O silêncio não pode continuar sendo uma resposta diante de um problema que é tão visível e que pode ser prevenido e tratado com sucesso, se houver planejamento e compromisso.

Fonte: 4press

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