Trump Culpa Irã pelos Ataques dos Houthis e Anuncia Consequências Severas
Publicado em 18/03/2025 às 16:05

Foto: Freepik
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, responsabilizou o Irã pelos ataques do grupo rebelde Houthi em uma postagem na rede social Truth Social nesta segunda-feira (17). De forma ameaçadora, Trump afirmou que qualquer ataque realizado pelos Houthis será considerado uma ação do Irã, e prometeu “consequências terríveis”.
Em sua publicação, Trump afirmou: “O Irã se faz de ‘vítima inocente’ de terroristas desonestos, sobre os quais alegam não ter controle, mas isso não é verdade. Eles controlam cada movimento, fornecendo armas, dinheiro e equipamentos militares sofisticados, além da chamada ‘Inteligência’. A partir de agora, cada disparo dos Houthis será considerado como se fosse disparado das armas e pela liderança do Irã. O Irã será responsabilizado e sofrerá as consequências, que serão terríveis!”
Os Estados Unidos realizaram novos ataques aéreos contra os Houthis no Iêmen nesta segunda-feira, conforme relatado pela TV Al Masirah, ligada ao grupo rebelde. Este bombardeio faz parte de uma operação em larga escala, autorizada pelo presidente americano no sábado (15). O número de mortos já ultrapassa 50, tornando-se a maior ofensiva militar dos EUA no Oriente Médio desde o retorno de Trump à Casa Branca.
Desde que voltou ao cargo, Trump restabeleceu sua política de “pressão máxima” contra o Irã, intensificando sanções para forçar o país a negociar seu programa nuclear. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, nega que o país esteja produzindo armas nucleares e considera os apelos dos EUA como “pura enganação”.
Trump também declarou: “Que ninguém se engane! Os ataques dos Houthis – mafiosos e bandidos baseados no Iêmen, odiados pelo povo iemenita – são comandados e criados pelo Irã. Qualquer ataque ou retaliação adicional dos Houthis será respondido com grande força, e não há garantias de que essa força pare por aí.”
O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou que os ataques contra os Houthis continuarão até que o grupo seja completamente desmobilizado. “O objetivo é acabar com os disparos contra a navegação em uma via tão estratégica, garantindo a liberdade de navegação, que é um interesse nacional dos EUA. O Irã tem capacitado os Houthis por tempo demais. É hora de recuar”, disse Hegseth.
Um oficial do governo dos EUA disse à Reuters que os ataques no Iêmen podem se prolongar por semanas.
Em resposta, o gabinete político dos Houthis classificou os ataques dos EUA como um “crime de guerra” e prometeu retaliar. Yahya Sarea, porta-voz do grupo, afirmou que um segundo ataque foi lançado contra o porta-aviões americano USS Harry Truman com mísseis balísticos e de cruzeiro. No entanto, o Exército dos EUA não confirmou a ofensiva.
Os Houthis, que fazem parte do “Eixo da Resistência” (uma rede de grupos alinhados ao Irã, incluindo o Hezbollah libanês e o Hamas), intensificaram seus ataques a navios militares e comerciais no Mar Vermelho, após o início da guerra entre Israel e o Hamas em 2023. Desde então, mais de 100 ataques foram registrados, resultando no afundamento de dois navios e na morte de quatro marinheiros. As ofensivas diminuíram com o cessar-fogo em Gaza, mas foram retomadas na última quarta-feira (12), após Israel restringir a entrada de ajuda humanitária ao enclave palestino.