POMERANA

Coluna Pomerana

Trajes tradicionais de danças na antiga Pomerânia

Publicado em 18/08/2020 às 12:42

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Os trajes pomeranos da costa báltica pomerana, com seus 500 km de extensão, retratam de forma símbólica as vestimentas dos pescadores da região, com caracteristicas um pouco diferentes daquela população que vivia no interior da Pomerânia. As vestimentas mais antigas desses dois grupos de nativos foram descritas no estudo publicado por Thomas Kantow (1505-1545).

O pintor Albert Kretschmer (1825-1891), documentou as vestimentas típicas de grupos populacionais de quatro regiões da antiga Pomerânia, com destaque para os trajes luxuosos da região de Pyritz (Vestimenta denominada de Pyritz Weizacker).

A introdução da plantação de cereais pelo duque pomerano Barnim I (reinado de 1226-1278), deu grande impulso à economia dessas regiões. Os principais cereais cultivados nessa época foram o trigo, a cevada, a aveia,
o lúpulo e o centeio. A região de Pyritz sempre foi considerada uma terra muito fértil para o trigo e, quando não havia seca ou excesso de neve ou chuvas fortes, as colheitas costumavam ser abundantes. Porém, mesmo com colheitas boas, em virtude do sistema feudal (servilismo), muitos agricultores não costumavam ter participação nos lucros.

Trages Pomeranos (Traje Weizacker-Pyritz)

O pintor August Ludwig Most (1807-1883) documentou diferentes trajes pomeranos e os apresentou em uma exposição em Berlin em 1904. No século XVI, inicialmente, essas vestimentas dos pomeranos eram chamadas de fantasias. Posteriormente, Most as pintou, já com detalhes ricamente decorados. Por ocasião da homenagem ao rei Frederico o Grande, da Prússia (reinado de 1740-1786), quando da abertura da região leste da Pomerânia para o assentamento de agricultores provenientes de outras áreas germânicas, uma outra versão para o traje tradicional Weizacker, na época já com características luxuosas, passou a ser considerada de interesse político.

Trajes tradicionais de danças na antiga Pomerânia 3A vinda desses imigrantes westefalianos, exímios transformadores de regiões pantanosas em terras férteis, ajudou em muito no melhoramento das terras de Pyritz. A partir de 1752, os pantanais drenados se transformaram em campos muitos produtivos e seus novos assentados em agricultores bem sucedidos. Além disso, também implantaram o cultivo alternado de cereais e introduziram um método de repouso dos terrenos com a interrupção do próprio cultivo por um ou mais anos. Um outro exemplo de sucesso na agricultura foi o lago von Brenkenhof (hoje com o nome em polonês Brenko) da cidade de Regenwalde (Resko), o qual, depois de
Drenado foi transformado em uma área de cultivo de trigo e de batata.

De todas essas terras, a região de Pyritz se sobressaiu pela sua grande produtividade e pelo seu potencial na exportação dessas suas colheitas.

O modelo padrão das roupas luxuosas dos agricultores de Pyritz (Weizacker), consistia em uma camisa, calça, meias brancas, com botas altas, um colete e um casaco comprido de cor preta, com muitos botões. A parte superior do colete era finalizada em uma gola redonda. O casaco azul marinho ou preto era longo, podendo chegar até os tornozelos. Em dias de festa, um chapéu de feltro de cor preta, com uma aba larga, fazia parte dessa indumentária.

O traje no verão consistia em calças de linho branca ou azul, sapatos baixos com meias brancas. O casaco (preto ou azul escuro) era curto e simples, sem colarinho, com uma fileira de botões. Na realidade essa espécie de sobretudo, utilizado a partir de 1710, era uma imitação dos casacos do exército prussiano. Nessa época, uma família de agricultores tinha muito orgulho de ter um filho no exército do rei da Prússia.

A roupa feminina consistia em uma blusa branca, com mangas enrugadas na parte de cima dos ombros e com as laterais bordadas, geralmente com pequenas flores em azul. Para a cor das saias das jovens prevalecia o vermelha, e para as senhoras a cor preto. Todas usavam um longo avental branco bordado, o qual, na parte anterior era coberto com uma fita estampada, frouxamente amarrada por um laço, feita de chita ou tule. Os ombros eram cobertos por um xale. No pescoço, utilizavam cordões de âmbar. Habitualmente utilizavam luvas. Um gorro apertado na cabeça, de cor azul, identificava as jovens e o de preto era utilisado pelas senhoras. Esse gorro tinha um laço longo, o qual era amarrado sob o queixo. O casaco preto costumava ter muitos bordados com dezenas de flores, das mais variadas espécies, sobretudo, papoulas vermelhas.

Traje camponês de Belbuck

No final do século XII e no século XIII, após a fundação do mosteiro de Belbuck nas proximidades do povoado de Treptow no Rega (ao lado do rio Rega), foram recrutados agricultores da Frísia (é o nome de uma região do litoral da Holanda-Países Baixos), para povoarem essa região. Os trajes de Belbuck identificam a conexão com a região de origem desses habitantes. As ilustrações mais antigas do traje são de Maria Wachsmann (por volta de 1800).

Traje Jamund camponês

A roupa dos agricultores e pescadores da área de Jamund no povoado em Köslin (Koszalin) existia desde a época da Reforma Protestante (1517). Os trajes femininos eram simples. Eram feitos de tecidos lisos e nos casacos e nas saias, geralmente predominava a cor preta. Nas bordas do vestido havia filetes de cores vermelha, amarela ou verde. Por cima da saia um avental branco com várias pregas. Na cabeça portavam um gorro apertado, de cor branca, sobrre o qual usavam uma touca preta com borda de lã. O colete costumava ser a única peça da roupa feminina mais colorida e com bordados.

Traje Mönchgüter Fischer

Este era um traje de trabalho usado pelos pescadores em Mönchgut, na Ilha de Rügen, até 1940. Às 4 da manhã, saíam de suas casas e, depois dos preparativos, colocavam seu barco pequeno e colorido no mar Báltico. Nesses seus procedimentos de colocar o barco no mar, entravam nas águas frias, empurrando-o até passar pelas primeiras arrebentações. Depois embarcavam e seguiam de pé para que o vento secasse sua calça branca de linho fina.

Uma característica das roupas masculinas eram as calças largas de linho, usadas por cima das botas. Vestiam camisa branca de manga comprida, um colete geralmente listrado horizontamente e um casaco curto, de tecido grosso, como o da indumentária do exército prussiano. No pescoço havia um lenço e na cabeça um boné de marinheiro, semelhante ao dos marujos dinamarqueses.

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