Genótipos de aceroleira analisados pelo Incaper demonstram alta produtividade em pesquisa inédita no Espírito Santo

Publicado em 07/03/2025 às 16:03

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Foto: Divulgação/ Incaper

Um estudo realizado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) está trazendo perspectivas promissoras para a produção de acerola no Espírito Santo. Pela primeira vez no estado, uma pesquisa avaliou o desempenho de 12 genótipos de aceroleira e revelou que, já no primeiro ano de produção, esses materiais alcançaram produtividade média duas vezes maior que a média estadual.

Conduzido na Fazenda Experimental Bananal do Norte (FEBN), em Cachoeiro de Itapemirim, o estudo conta com a parceria da Embrapa Semiárido. O objetivo é identificar os genótipos mais produtivos e com frutos de qualidade superior para atender tanto o mercado de consumo in natura quanto a indústria de processamento de polpa.

Com apenas 19 meses de idade, as plantas atingiram uma produtividade média de 33 toneladas por hectare, superando a média estadual de 14 toneladas registrada em 2023. Esse resultado também ultrapassa a produtividade média do município de Colatina, maior produtor do estado, que foi de 30 toneladas por hectare no mesmo ano.

Frutos colhidos no BAG da Fazenda Experimental Bananal do Norte

Alto Rendimento e Impacto Econômico

Dentre os genótipos avaliados, um em especial, denominado G5, destacou-se pelo alto potencial econômico, podendo gerar um rendimento aproximado de R$ 135 mil por hectare, com produtividade de 51,7 toneladas por hectare.

“É importante considerar o custo de produção, que gira em torno de 30%, mas, mesmo assim, os resultados são bastante animadores para o setor”, destaca o pesquisador Marlon Dutra, responsável pelo projeto.

Em 2023, a produção de acerola no Espírito Santo foi de 1.812 toneladas, com predominância das variedades BRS Sertaneja, Okinawa e BRS Jaburu. A pesquisa do Incaper busca expandir esse cenário ao testar novas variedades registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), como Junko, BRS Apodi, Monami e BRS Cabocla, além de genótipos promissores como Costa Rica, Olivier e os híbridos ALHA05, UEL03 e PROG 052.

“A ampliação das variedades adaptadas ao cultivo no Espírito Santo é essencial para fortalecer a competitividade e sustentabilidade da cadeia produtiva, além de oferecer aos agricultores uma alternativa viável para diversificação agrícola com retorno econômico atrativo”, enfatiza Marlon.

Banco Ativo de Germoplasma

Os 12 genótipos estudados fazem parte do Banco Ativo de Germoplasma (BAG), implantado em 2023. No local, são analisados fatores como crescimento das plantas, incidência de pragas e doenças, produtividade individual, peso médio dos frutos e qualidade dos mesmos.

A análise de qualidade considera parâmetros como a concentração de sólidos solúveis totais (SST), acidez total titulável (ATT) e a relação SST/ATT, além do teor de vitamina C. Alguns genótipos apresentaram SST entre 7,0 e 7,5 °Brix, valores ideais para o processamento industrial, especialmente para a produção de polpa congelada, principal destino da acerola no estado.

Próximos Passos e Impacto na Agricultura Local

Antes de recomendar os genótipos mais produtivos para cultivo comercial no Espírito Santo, serão estabelecidas unidades de observação em propriedades rurais de diferentes municípios para validação dos resultados obtidos no BAG.

O projeto conta com financiamento do Banco de Projetos de Pesquisa (nº 002-R/2020) da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes). Além da pesquisa, a iniciativa promove capacitação para produtores, técnicos e estudantes por meio de cursos, palestras e demonstrações sobre técnicas de cultivo, poda, manejo e produção de mudas. Essas atividades beneficiam diretamente produtores rurais, técnicos do Incaper e de prefeituras, além de alunos de escolas técnicas e estudantes de graduação e mestrado em Agronomia.

Os resultados preliminares do estudo foram apresentados em fevereiro, durante um curso sobre a cultura da acerola realizado na FEBN, localizada no distrito de Pacotuba, município de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do estado.

Fonte: Incaper

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