Sucessão bem planejada no agronegócio garante sustentabilidade nas empresas familiares

Publicado em 20/01/2025 às 08:43

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Two farmers making agreement with handshake in green wheat field. Agricultural business.

Foto: Freepik

A longevidade das empresas familiares no agronegócio vai além de investimentos em tecnologia, diversificação de culturas e acesso a crédito. Um fator essencial para a sustentabilidade desses negócios é o planejamento sucessório, que garante a continuidade da gestão e a preservação do legado empresarial. No Brasil, onde o agronegócio desempenha um papel estratégico na economia, esse aspecto ainda recebe menos atenção do que deveria, colocando em risco a perenidade de muitas empresas.

Para Arnaldo Rebello, consultor sênior da GoNext, a sucessão em empresas familiares do agronegócio, quando bem planejada, assegura a longevidade dos negócios. No entanto, se negligenciada ou adiada, pode se tornar um desafio que compromete o futuro da organização. “A sucessão não deve ser vista apenas como uma troca de liderança, mas como uma oportunidade de fortalecer a empresa. Um planejamento sucessório bem estruturado permite que as organizações se adaptem às novas demandas, ampliando sua capacidade de inovação sem perder suas raízes”, pondera.

Em países desenvolvidos, a sucessão em empresas familiares é tratada de forma estratégica, com uma visão de longo prazo que combina inovação e tradição. No Japão, muitas empresas do setor implementam planos sucessórios detalhados, com a participação ativa da próxima geração. A cultura japonesa valoriza a continuidade, preservando o legado enquanto adota práticas modernas. As Keiretsu, conglomerados familiares japoneses, são um exemplo de planejamento sucessório bem-sucedido, equilibrando tradição e inovação para garantir a estabilidade e a perpetuação dos negócios agrícolas por gerações.

Nos Estados Unidos e na Nova Zelândia, o planejamento sucessório no agronegócio é estruturado para garantir continuidade e adaptação às transformações. Nos EUA, conselhos consultivos e comitês desempenham um papel essencial, integrando a nova geração de forma planejada e preparando-a para lidar com inovações. Na Nova Zelândia, o foco está na sustentabilidade e competitividade, com uma visão estratégica de longo prazo que assegura a adaptação às novas diretrizes globais. Em ambos os casos, a combinação de governança sólida e práticas inovadoras é crucial para manter a competitividade em um ambiente dinâmico.

No Brasil, as empresas familiares do agronegócio ainda enfrentam desafios. Apesar do reconhecimento da importância do planejamento sucessório, a implementação de processos estruturados é limitada. Dados da KPMG mostram que 55% das empresas familiares brasileiras não possuem um planejamento sucessório formal, o que compromete a continuidade dos negócios e afeta a segurança e a estabilidade das comunidades que deles dependem. “A ausência desse planejamento resulta em conflitos familiares, falta de inovação e dificuldades de adaptação”, destaca Rebello.

O consultor explica que, para garantir uma transição geracional e de gestão bem-sucedida, as empresas familiares do agronegócio precisam adotar abordagens mais estruturadas, que integrem governança, gestão e inovação. “Transformar o planejamento sucessório em um processo contínuo, que respeite o legado e se prepare para as mudanças, é a chave para o sucesso”, afirma.

O uso de ferramentas de governança corporativa, como conselhos consultivos e comitês de sucessão, aumenta a transparência e assegura a continuidade dos negócios. Com essas práticas, as empresas não só preservam seu legado, mas também se posicionam para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades, seguindo o exemplo de mercados mais desenvolvidos.

“O planejamento sucessório é essencial para a longevidade das empresas familiares no agronegócio. Quando bem estruturado, permite uma transição suave entre gerações, reduz conflitos e fortalece a governança. A falta desse planejamento pode comprometer não apenas a continuidade do negócio, mas também o impacto econômico e social dessas empresas em suas comunidades”, conclui o executivo.

Fonte: Comunique-se

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