Tarifaço sobre parte de exportações brasileiras entra em vigor hoje

Publicado em 06/08/2025 às 08:46

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Foto: Divulgação/Porto de Santos

Entraram em vigor nesta quarta-feira (6) as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre parte das exportações brasileiras. A medida, assinada na semana passada pelo presidente Donald Trump, atinge 35,9% dos produtos enviados ao mercado norte-americano, o que representa 4% do total exportado pelo Brasil. Cerca de 700 itens ficaram de fora da sobretaxa.

Entre os produtos afetados estão café, frutas e carnes. Já suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes, aeronaves civis (incluindo motores, peças e componentes), celulose, polpa de madeira, metais preciosos e produtos energéticos foram excluídos da nova tarifa.

O aumento faz parte da política comercial adotada por Trump desde abril, que busca conter a perda de competitividade dos EUA diante da China. Na ocasião, o Brasil havia sido alvo de uma taxa menor, de 10%, por ter superávit comercial com os Estados Unidos. A elevação para 50% veio em julho, em resposta à postura do Brasil em relação às big techs americanas e ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Especialistas ouvidos pela Agência Brasil interpretam a medida como uma retaliação política, com o objetivo de enfraquecer o Brics, grupo de potências emergentes que discute alternativas ao uso do dólar no comércio internacional — proposta vista com preocupação por Washington.

Reação brasileira

Em pronunciamento no domingo (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil não aceitará ser tratado como uma “republiqueta”, embora não deseje confronto com os EUA. Ele reforçou que o país seguirá defendendo o uso de moedas alternativas ao dólar.

O governo brasileiro anunciou que colocará em prática, nos próximos dias, um plano de contingência para apoiar as empresas impactadas pelo tarifaço, com linhas de crédito e possibilidade de contratos com o governo federal para compensar eventuais perdas.

Negociações em curso

A Secretaria do Tesouro dos EUA procurou o Ministério da Fazenda para abrir negociações, e Trump declarou estar disposto a conversar diretamente com Lula. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que os minerais críticos e terras raras podem ser incluídos nas tratativas, por serem essenciais para a indústria tecnológica americana.

“O Brasil possui minerais estratégicos e pode cooperar com os Estados Unidos para a produção de baterias mais eficientes”, declarou Haddad. O ministro também sinalizou que o setor cafeeiro poderá ser beneficiado em um eventual acordo para retirar o produto da lista de tarifas. No mesmo dia da imposição das tarifas, a China autorizou 183 empresas brasileiras a exportarem café para o país asiático.

Fonte: Lucas Pordeus León – Repórter da Agência Brasil

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