Representantes dos países do BRICS se reúnem em Brasília para debater agricultura sustentável e segurança alimentar

Delegações dos países que compõem o BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Indonésia, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos – se reunidas em Brasília para a 2ª reunião presencial do Grupo de Trabalho de Agricultura. O encontro é coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), e será concluído no dia 17 de abril, com uma reunião ministerial que contará com ministros e vice-ministros da Agricultura dos países do bloco.

A pauta inclui a finalização de documentos estratégicos voltados para desafios globais, como a erradicação da fome, o combate à degradação do solo, a certificação eletrônica e a promoção da sustentabilidade na agropecuária.

Durante a abertura, o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa e chefe da delegação brasileira, Luís Rua, destacou o espírito de cooperação entre os países e os avanços nas negociações. “Estamos próximos de finalizar a Declaração Ministerial – um documento sólido, baseado em prioridades comuns, que mostra o potencial do BRICS para liderar ações concretas contra a insegurança alimentar”, afirmou.

A minuta da declaração prevê o lançamento da Parceria dos BRICS para a Restauração de Terras, que será oficialmente apresentada na reunião ministerial e levada à Cúpula de Líderes do BRICS, marcada para julho. A iniciativa tem como foco o Sul Global e busca promover a recuperação de áreas degradadas, a conservação dos solos e o uso eficiente da água, com base em soluções científicas e modelos inovadores de financiamento. A proposta também pretende envolver governos, setor privado e comunidades locais em ações de longo prazo.

Outro ponto central das discussões é o Plano de Ação 2025–2028, que definirá as diretrizes da cooperação agrícola entre os países do bloco pelos próximos quatro anos. O plano estabelece metas concretas em quatro áreas prioritárias: segurança alimentar, produção sustentável, inovação e financiamento agrícola, e facilitação do comércio internacional de produtos agropecuários.

O grupo também discute formas de aproximar as políticas do BRICS da realidade no campo, com foco em beneficiar diretamente pequenos agricultores, mulheres rurais, pescadores artesanais e jovens do meio rural. Além das diretrizes gerais, os delegados analisam aspectos técnicos, estratégias de implementação e mecanismos de monitoramento das ações.

Na presidência rotativa do BRICS em 2025, o Brasil aposta na agricultura como eixo central para o desenvolvimento sustentável, conciliando crescimento econômico, inclusão social e preservação ambiental.

Fonte: MAPA