Promotoria e comerciantes debatem sobre acessibilidade nas calçadas em Domingos Martins
Publicado em 11/05/2018 às 17:00

O tema acessibilidade em Domingos Martins ganhou um novo capítulo na última quarta-feira (09), com uma reunião realizada pela Promotoria de Justiça junto com os empresários que possuem comércios no Centro da cidade.
Durante a conversa, um dos pontos principais abordados pela Promotoria foi a conscientização dos comerciantes em relação à colocação de mesas, cadeiras e outros objetos nas calçadas, que diminuem o espaço para o trânsito das pessoas.
Vale destacar, que no mês de novembro de 2017 uma Lei Municipal entrou em vigor no município, para regulamentar a construção, manutenção e a conservação das calçadas na cidade.
Mas, de acordo com dados apresentados pela Promotoria, neste ano já foram recebidos pelo órgão duas denúncias sobre o uso incorreto das calçadas. Alguns empresários chegaram a ser notificados, mas continuaram usando o espaço de forma indevida.
Presente na reunião, Carlos Alberto Schaffel, que é portador de necessidades especiais, pediu mais conscientização dos empresários e disse que, em alguns casos, ele fica constrangido. “Somos uma cidade turística e não penso só em mim, mas nos turistas que me abordam e me perguntam sobre como lido com as dificuldades de locomoção. Algumas vezes, eu peço para os comerciantes tirarem as cadeiras e alguns reclamam, o que me deixa constrangido”, contou Carlos.
Já o empresário Fábio Trarbach falou sobre a necessidade de novas reuniões. “A gente é bastante sensível a questão da acessibilidade, das pessoas portadoras das necessidades, mas a gente entende que a cidade é antiga, com construções antigas e pequenas, e entende-se que o fluxo de turistas é considerável e que os comércios são pequenos. Eu acho que devemos sentar todos os envolvidos e tentar encontrar a melhor forma de resolver esse impasse”, considera Fábio.
Sobre os lados social e econômico levantado pelos empresários, a promotora de Justiça de Domingos Martins, Noranei Ingle, disse que ambos devem andar juntos. “Eu acho que as duas coisas andam juntas, nós temos que ver o lado econômico das pessoas, mas temos que ver também o lado social para com as pessoas que necessitam de acessibilidade. É verdade que a mudança é sempre um pouco demorada, mas com certeza e com o que nós ouvimos hoje, o Ministério Público tem certeza que a proposta foi bem aceita pelos empresários”, declarou à promotora.
Mudanças de postura
Enquanto alguns empresários pedem que haja uma nova reunião para debater sobre o assunto, outros já modificaram sua postura. É o caso do comerciante Sandro Pinheiro Coelho. “Eu não tinha muito conhecimento nessa questão de acessibilidade e de pessoas com deficiência, mas depois que eu tomei conhecimento da lei eu me conscientizei e passei a olhar a minha postura. Eu tinha colocado uma placa na calçada e vi que realmente atrapalhava, não só uma pessoa com necessidades especiais, mas também uma mãe com carrinho de bebê. Eu achei muito importante essa reunião”, relata Sandro.
A estudante de pós-graduação em direito, Kadija Roncete, que participou da reunião, disse que os empresários podem tirar um bom proveito com simples mudanças. “Domingos Martins já vive com o turismo em razão do meio ambiente, dessa preocupação ambiental e dentro do próprio comércio a gente pode ter um bom proveito disso. O comércio ao invés de ver a garantia da acessibilidade como um entrave, um obstáculo, pode aproveitar para se divulgar no mercado com uma visão mais social”, falou Kadija.

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