Projeto incentiva cultivo sustentável de cacau por agricultoras capixabas

Publicado em 11/07/2025 às 08:47

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Foto: Divulgação/ incaper

Agricultoras familiares do Espírito Santo estão sendo incentivadas a cultivar cacau de forma sustentável por meio de sistemas agroflorestais (SAFs), que aliam preservação ambiental e geração de renda. A ação integra o projeto “Mulheres do Cacau: tecnologia, autonomia e empoderamento feminino”, promovido pelo Incaper, em parceria com a Fundagres Inovar e o Banco do Nordeste, por meio do Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação (Fundeci).

A iniciativa prevê a implantação de 15 unidades de observação em propriedades de mulheres ligadas às associações Mulheres do Cacau nos municípios de Linhares, Rio Bananal e Colatina — as principais regiões produtoras do fruto no Estado. Cada unidade receberá 600 mudas clonais de variedades melhoradas, totalizando 9 mil mudas até setembro. As primeiras 1.350 já foram entregues, com apoio do Incaper e das prefeituras locais, e o plantio segue em andamento com orientação técnica dos extensionistas do Instituto.

Essas áreas funcionarão como vitrines tecnológicas, demonstrando os benefícios dos SAFs, que combinam o cultivo do cacau com outras espécies agrícolas e florestais. O modelo melhora a qualidade do solo, reduz a incidência de pragas, amplia a biodiversidade e diversifica a produção e as fontes de renda das famílias rurais.

Além da entrega das mudas, o projeto oferece suporte técnico em todas as etapas: planejamento do SAF, análise de solo e acompanhamento das práticas agrícolas. As espécies consorciadas são escolhidas de forma participativa, levando em conta as características de cada propriedade e os interesses das agricultoras.

“Nossa expectativa é muito grande, principalmente porque as mudas que recebemos são de variedades que ainda não estamos acostumadas a plantar, e que vão nos ajudar a produzir amêndoas de qualidade, nosso principal foco”, destacou a produtora Matilde Garabelli, de Linhares.

Foco na qualidade do beneficiamento

A segunda etapa do projeto prevê a implantação de 15 unidades demonstrativas de beneficiamento das amêndoas, com estruturas como estufas de secagem e cochos de fermentação. O objetivo é difundir tecnologias que garantam maior qualidade e valor agregado ao produto final.

Com a produção de amêndoas de qualidade, as agricultoras podem acessar mercados mais exigentes — como o de chocolates finos e artesanais — e produzir derivados como nibs, licor, manteiga e chocolate, ampliando as oportunidades de comercialização e renda.

O projeto também promove capacitações contínuas com foco em todas as etapas da produção: manejo das lavouras, podas, colheita, pós-colheita, beneficiamento, comercialização e marketing.

Empoderamento feminino no campo

Mais do que fortalecer a cadeia produtiva do cacau, o projeto promove o protagonismo feminino no meio rural. Ações como o uso de Cadernetas Agroecológicas, intercâmbios entre produtoras e o incentivo ao associativismo contribuem para ampliar a autonomia econômica e social das participantes e reduzir desigualdades de gênero no campo.

“A maioria das lavouras de cacau na agricultura familiar é conduzida por mulheres, que historicamente tiveram menos acesso às tecnologias de produção. Este projeto busca mudar essa realidade com ações integradas de assistência técnica, capacitação e valorização do papel feminino na agricultura sustentável”, afirmou a coordenadora do projeto pelo Incaper, Juliana de Barros Valle.

Associações Mulheres do Cacau

As associações Mulheres do Cacau foram criadas durante a primeira fase do projeto, desenvolvido pelo Incaper em parceria com a Seag e a Fapes, no âmbito do programa “Elas no Campo e na Pesca”. Cerca de 100 agricultoras dos municípios de Linhares, Colatina, São Roque do Canaã, Santa Teresa e Rio Bananal participaram da etapa inicial.

A segunda fase, atualmente em andamento, aprofunda as ações e amplia o acesso das produtoras a tecnologias de cultivo, beneficiamento e gestão da produção, fortalecendo a presença feminina na cadeia do cacau capixaba.

Fonte: Coordenação de Comunicação e Marketing do Incaper

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