Prefeitura de Marechal Floriano realiza ações de abordagem social e assistência com população de rua
Publicado em 01/11/2018 às 12:18
Assim como em grande parte das cidades do país, Marechal Floriano também tem pessoas em situação de rua na sua sede. Para amenizar o sofrimento dessas pessoas e também reduzir os riscos de desentendimentos entre delas, comerciantes e demais moradores, o município tem feito algumas ações.
Uma delas é a abordagem social, explica a secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, Simone Catarina Lemke Cancellieri. “A equipe do Creas (Centro Especializado de Assistência Social) faz a abordagem, que serve para identificar a origem da pessoa e o que faz ali. Quando essa pessoa manifesta o interesse em não permanecer aqui, o município fornece a passagem para a próxima cidade, já que o decreto municipal nos permite dar o benefício para a pessoa se deslocar até 46 km daqui. Ou vão para Venda Nova do Imigrante ou para a Grande Vitória”, explica.
Simone lembra que, pelo direito constitucional de ir e vir, o poder público não pode expulsar as pessoas da rua ou da cidade. “Como o município é cortado por uma rodovia federal, a quantidade de andarilhos que passa por aqui é muito grande. É um desafio para Marechal e também para outras cidades atravessadas por rodovias nacionais. Até porque uma parte das pessoas que estão na rua deseja permanecer nesta condição. Elas têm direito legal a toda a assistência do Estado, assim como qualquer outro cidadão”, pondera.
A secretária frisa ainda que há duas situações distintas em Marechal Floriano. Uma é de andarilhos que não permanecem na cidade, outra é os moradores do próprio município, que muitas vezes tem casa, família, mas ficam na rua por conta de alcoolismo. “Este segundo caso é mais complexo porque envolve saúde e a própria determinação do indivíduo em se tratar, uma vez que internações compulsórias precisam de autorização judicial e geralmente não dão resultado”, explica.
Ela frisa que nos dois casos há abordagem social, que ajuda inclusive a pessoa receber Bolsa Família caso ainda não seja beneficiária do programa federal voltado a indivíduos em situação de extrema pobreza. “Pedimos a comunidade de Marechal Floriano que não dê dinheiro para os alcoolistas que estão na rua, pois alimenta o vício. Hoje temos cinco ou seis pessoas, que são daqui do município nesta condição, elas ficam na praça. Mas a gente percebe aumento de pedintes nos dias de pagamento”, observa.
A secretária revelou também que a Prefeitura está levantando aspectos legais para formatar campanha de conscientização pedindo que a população não dê dinheiro a morador de rua.
Há também casos de pessoas que o município conseguiu tirar das ruas. “Foi com idoso, que não queria continuar na rua. Conseguimos encaminhar para o lar Sou Feliz, instituição de longa permanência para idosos mantida pelo município que atende não só Marechal, mas também pessoas de Domingos Martins e Venda Nova do Imigrante”, detalha.
Avanço passa por diálogo entre cidades e apoio federal
Para que consiga mais avanços no enfrentamento da situação, Simone defende que haja articulação entre os municípios. Para ela não é viável que Marechal tenha Centro Pop (local que dá alimentação, pernoite, higiene e outros suportes) ou albergue para o morador de rua na cidade.
“Somos enquadrados como município de pequeno porte 1, não recebemos repasse federal para isso. Nem Domingos Martins, que é pequeno porte 2, recebe recurso. Talvez o caminho passe por uma solução regional, envolvendo vários municípios da região para montar um único ponto de referência. Mas, para isso também é preciso apoio federal”, conclui Lemke.