Polícia Federal interdita oito postos de combustíveis acusados de vender gasolina adulterada no Estado

Publicado em 12/04/2022 às 16:11

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Foto: Polícia Federal

Policiais federais e policiais rodoviários federais deflagraram, nesta terça-feira (12), a Operação Naftalina, dedicada a desmantelar uma organização criminosa que adulterava e revendia combustíveis, além da prática reiterada da lavagem de dinheiro e outros crimes. Oito postos de combustíveis foram interditados (veja a lista abaixo).

Estão sendo cumpridos nove mandados de prisão preventiva, seis de prisão temporária e oito medidas cautelares de suspensões de atividade econômica. Também estão sendo cumpridos 27 mandados de busca e apreensão na Grande Vitória (21), em São Paulo (2) e no Rio de Janeiro (4), além de várias medidas de sequestro de bens dos investigados.

Em razão da grande quantidade de ordens judiciais, a ação contou com a participação de aproximadamente 160 policiais federais e rodoviários federais, além de quatro auditores da Receita Federal e uma equipe da Secretaria de Estado de Justiça (SEJUS), destacada para o recebimento e transporte dos presos.

Com o apoio do Ministério Público Estadual e da Receita Federal, a investigação demonstrou que, pelo menos desde o início de 2020, a organização criminosa vem recebendo irregularmente cargas de álcool hidratado e de nafta solvente, oriundos de outros Estados da Federação, promovendo adulteração de combustíveis e vendendo-os em postos situados na Grande Vitória.

No comando dessa estrutura criminosa, foi identificado um miliciano do Estado do Rio de Janeiro, já preso, que, além de utilizar outras pessoas para ocultar o patrimônio auferido com os crimes e os reais operadores do esquema, ainda investia a maior parte dos lucros em outras atividades criminosas ligadas à milícia.

O objetivo das ações de hoje, além do cumprimento das ordens judiciais, é a obtenção de novos elementos de prova que possam permitir o prosseguimento das investigações.

ENTENDA O CASO – De acordo com a Polícia Federal (PF), as primeiras ações relativas à Operação Naftalina ocorreram após uma série de abordagens a veículos tanque realizadas pela Polícia Rodoviária Federal, que percebeu irregularidades nas notas fiscais de cargas de nafta solvente e álcool hidratado oriundos de outros Estados da Federação.

Haviam indicativos de empresas fantasmas, de fachada e de emissão de notas fiscais falsas por trás das cargas transportadas, que dificultava a fiscalização durante o transporte.

Após reunirem um conjunto sólido de dados, os fatos foram trazidos ao conhecimento da Polícia Federal e se iniciou assim uma investigação que permitiu identificar pessoas e empresas, estruturadas em uma grande organização criminosa, envolvidas na receptação, distribuição e venda de combustíveis adulterados.

“Em síntese, a organização adquiria cargas de nafta solvente e álcool hidratado em outros Estados da Federação e as desviavam para a Grande Vitória. Uma vez aqui, o material era levado até um pátio clandestino em Vila Velha, onde os dois materiais eram misturados e a eles adicionados um corante para dar coloração de gasolina”, explicou a PF.

Na sequência, as misturas adulteradas eram então distribuídas em pelo menos oito postos de combustíveis da organização criminosa, situados em sua maioria no município de Cariacica para venda ao consumidor final.

“Vale ressaltar que os bens empregados nas atividades ilícitas, em especial os caminhões e os postos de combustíveis, estão em nomes de laranjas e foram adquiridos por meio de valores provenientes de outros crimes e por meio do próprio desenvolvimento da atividade criminosa atual”, informou a PF.

Foi possível concluir que a organização criminosa desviou um montante de 1.375.352 litros de nafta solvente e cerca de 371.200 litros de álcool hidratado, perfazendo o litro da gasolina adulterada o montante aproximado de R$ 3,15.

NOME – O nome escolhido é uma alusão à mistura fraudulenta de combustível realizada pelos criminosos com a utilização da nafta solvente, uma naftalina.

CRIMES INVESTIGADOS – Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa (art. 2° da Lei 12.850/2013), receptações qualificadas (art. 180, §1°, CPB), adulterações de combustíveis e revendas em desacordo com a ANP (art. 1°, I da Lei 8.176/1991), crimes contra o consumidor (art. 7°, III, da Lei 8.137/90), crime ambiental (art. 56 da Lei 9.605/1998), crimes de falso (arts. 299 e 304 do CPB), lavagem de dinheiro (art. 1°, caput, da Lei 9.613/1998 e art. 1°, §2°, I da Lei 9.613/1998), sem prejuízo de eventuais apurações futuras de sonegação fiscal após atuação administrativa do Fisco. Somadas, as penas podem chegar a mais de 41 anos de condenação.

POSTOS INTERDITADOS

  • Posto Gallo – Rodovia Governador José Sete, Cariacica
  • Posto São Geraldo – cruzamento da rua São Roque com rua Águia Branca, Vale Encantado, Vila Velha
  • Posto Frontier – cruzamento da rua Vicente Celestino com a rua Santana, Campo Grande, Cariacica
  • Posto As Eirelli – Avenida Fernando Antônio, 579, Bela Aurora, Cariacica
  • Posto Nova Marca – Rodovia Norte-Sul, ao Lado do Terminal de Carapina, Rosário de Fátima, Serra
  • Posto Jupter – Rodovia do Sol, 1796, Praia de Itaparica, Vila Velha
  • Posto Bremenkamp – cruzamento da avenida Bahia com a rua Mariano Firme, Valparaiso, Cariacica
  • Posto Rio Marinho – cruzamento da rua Principal com rua Ovídio, Rio Marinho, Cariacica

Informações: Polícia Federal

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