Os templos escondidos das montanhas capixabas

Publicado em 23/06/2025 às 16:16

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Foto: Evandro Albani

Arquitetura sagrada em meio à mata

Nas paisagens exuberantes das Montanhas Capixabas, entre neblinas persistentes e vales silenciosos, há mais do que natureza intocada e tradições rurais: escondidos entre as trilhas e estradas vicinais, encontram-se pequenos templos religiosos construídos com simplicidade e devoção. Muitos desses espaços não aparecem em roteiros turísticos nem constam em guias oficiais, mas guardam histórias profundas e são testemunhos silenciosos da diversidade espiritual do interior capixaba.

Capelas, oratórios de beira de estrada, centros espíritas e templos budistas compõem um mosaico inesperado de fé e introspecção em plena serra. Mais do que pontos de culto, esses espaços funcionam como faróis para comunidades locais — e, cada vez mais, para visitantes em busca de espiritualidade e contato genuíno com o sagrado.

Uma fé moldada pela imigração

A pluralidade religiosa da região é fruto direto da história de colonização das montanhas. Imigrantes alemães, italianos, pomeranos e, em menor escala, japoneses trouxeram consigo diferentes expressões religiosas, que foram se adaptando às condições locais. Igrejas luteranas e católicas dominam a paisagem urbana de cidades como Domingos Martins e Santa Teresa, mas nos arredores, é comum encontrar construções humildes, feitas de madeira ou adobe, que resistem há mais de um século.

Em localidades como Melgaço e Paraju, pequenas igrejas evangélicas convivem com capelas de padroeiros locais, todas construídas pelos próprios moradores. O que impressiona é a dedicação estética desses espaços: janelas rendadas, imagens em nichos improvisados e jardins meticulosamente cuidados. Mesmo os menores oratórios de estrada são tratados com respeito e capricho, em um esforço coletivo de preservar o que é considerado sagrado.

O templo zen de Pedra Azul

Um dos exemplos mais curiosos da espiritualidade nas montanhas é o templo zen-budista localizado nos arredores de Pedra Azul. Fundado por um grupo de praticantes capixabas em parceria com monges do sul do Brasil, o espaço é aberto a retiros e visitas meditativas, embora não tenha divulgação ativa. Situado em uma clareira elevada, o templo foi construído seguindo técnicas tradicionais japonesas, com telhado curvo, jardim de pedras e torii vermelho marcando a entrada.

Ali, a contemplação é silenciosa, e os monges ensinam os visitantes a ouvir o som da mata como parte do processo de concentração. Durante as cerimônias, o canto de sutras se mistura ao vento e ao canto dos pássaros da região, criando uma experiência única de imersão espiritual em meio à natureza.

Curiosamente, essa mesma estética inspirou elementos visuais em plataformas digitais que exploram referências orientais com sutileza. É o caso do jogo Ganesha Gold, que pode ser acessado através do link https://www.vbet.bet.br/pb/casino/game-view/3001029/ganesha-gold. Com uma abordagem visual que remete à espiritualidade asiática e símbolos tradicionais, o jogo apresenta uma interface colorida e detalhada, reforçando a atual valorização estética do místico e do ancestral, mesmo em contextos tecnológicos.

Centros de cura e espiritualidade popular

Além das religiões tradicionais, as montanhas abrigam também práticas espirituais híbridas, muitas vezes invisíveis ao olhar urbano. Em propriedades afastadas de Afonso Cláudio e Laranja da Terra, existem centros de benzimento, rodas de cura e reuniões mediúnicas que reúnem desde curandeiros tradicionais até terapeutas modernos.

Esses espaços funcionam por indicação e quase nunca têm sinalização externa. Neles, ervas cultivadas no quintal são combinadas com orações aprendidas oralmente. Há sincretismo, mas há também resistência: práticas que sobrevivem por gerações, com adaptações discretas e um cuidado profundo com o que se considera “energia da terra”.

As comunidades em torno desses espaços preservam rituais específicos, como as “ladainhas do meio-dia” ou os “cantos da mata”, que servem tanto como oração quanto como orientação espiritual coletiva. Mesmo os mais céticos, ao participar, sentem a força da coletividade e da tradição viva.

A espiritualidade como parte do território

Para além de religião, o que se observa nas Montanhas Capixabas é uma forma de espiritualidade que está entranhada no território. As construções sagradas, os símbolos à beira das estradas, os cânticos em dias santos e a convivência pacífica entre crenças distintas mostram que a fé, ali, é vivida com simplicidade, respeito e beleza.

Cada templo escondido, cada altar improvisado em troncos de árvores ou cada sino que toca ao entardecer revela algo sobre a alma da serra. E quem se dispõe a olhar com atenção descobre que, nas montanhas, o sagrado está presente nos detalhes — visíveis ou não, mas sempre sentidos.

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