Músicos capixabas conquistam prata em festival internacional na Espanha
Publicado em 08/07/2025 às 10:59

Texto: Bruno Caetano / Fotos: Arquivo pessoal
A música capixaba voltou a ecoar forte no exterior. Desta vez, foi na Catalunha, região autônoma da Espanha, onde o Duo Brasità, formado pelo maestro Max Carvalho e o barítono Rafael Simas, conquistou o segundo lugar na categoria Duetos Internacionais do Festival Chorus Inside, uma das mais respeitadas competições de corais da Europa. Max também atua em corais da Região Serrana, como em Marechal Floriano.
Únicos representantes da América Latina entre grupos majoritariamente europeus, os artistas enfrentaram um cenário de altíssimo nível técnico e saíram premiados com a medalha de prata. O projeto foi viabilizado com recursos do Edital de Locomoção do Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura), gerido pela Secretaria da Cultura (Secult), o que permitiu a participação dos artistas e reforçou a presença da música capixaba no cenário internacional.
“Nós não tínhamos em mente fazer essa viagem este ano, mas eu inscrevi o projeto e fomos premiados. Aí, nós fomos”, explicou o maestro Max Carvalho. O reconhecimento internacional não é novidade para o Duo Brasità. A dupla já havia se destacado no mesmo festival nos anos de 2019 e 2024. Em 2024, a conquista foi na Croácia, com apoio da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (Lelique), e contou com a participação de uma comitiva de 12 músicos do estado.


“Para nós, é uma alegria representar o Espírito Santo e o Brasil. Fomos os únicos da América Latina na competição. Só tinha coro europeu, e nós fomos os únicos brazucas por lá. Conseguimos prata por pontuação, e isso é muito gratificante”, afirmou o maestro.
O evento foi realizado na cidade de Lloret de Mar, a cerca de uma hora de Barcelona, onde os artistas celebraram a conquista. “O cenário musical no Espírito Santo já está mudando através desses editais. Estamos aqui para mostrar que todo mundo pode alcançar voos maiores”, disse Max.
Além da emoção da conquista, o maestro também destacou os desafios da jornada, especialmente a comunicação com outros participantes e jurados do festival, compostos majoritariamente por europeus de países como Ucrânia, Itália, Polônia e Romênia. Mesmo com as barreiras linguísticas, o talento capixaba falou mais alto.
“O maior desafio é chegar num país que você não conhece e onde quase ninguém fala português. Lá na Espanha conseguimos nos virar com o espanhol, mas os organizadores eram de outros países. A gente vai misturando os idiomas, um pouco de inglês, um pouco de italiano, e no final tudo é entendido”, contou, com bom humor.
Max também anunciou planos ambiciosos para os próximos anos. A proposta é voltar à Croácia em 2026 com um grupo ainda maior, entre 18 e 20 músicos capixabas, dando oportunidade a estudantes da UFES e da FAMES com talento e perfil socioeconômico de vulnerabilidade.