Ministério da Fazenda eleva previsão de crescimento do PIB para 2,5% e reduz projeção de inflação
Publicado em 11/07/2025 às 16:28

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda revisou para cima a estimativa de crescimento da economia brasileira em 2025, passando de 2,4% para 2,5%. Os dados constam do Boletim Macrofiscal divulgado nesta sexta-feira (11). Já a projeção para a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi levemente reduzida, de 5% para 4,9%.
Segundo a SPE, a alta no Produto Interno Bruto (PIB) é reflexo da revisão positiva nas expectativas para a agropecuária e do bom desempenho do mercado de trabalho. A projeção, no entanto, não leva em conta os impactos do tarifaço anunciado pelo governo de Donald Trump, que elevou de 10% para 50% as tarifas sobre produtos brasileiros. Isso porque os dados foram fechados antes do anúncio.
Apesar da melhora, o órgão prevê desaceleração da economia no segundo semestre. Para 2026, a estimativa de crescimento do PIB caiu de 2,5% para 2,4%.
Inflação segue acima da meta
Mesmo com a redução no IPCA para 2025, a estimativa segue acima do teto da meta de inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual — ou seja, limite máximo de 4,5%. A previsão para 2026 foi mantida em 3,6%.
De acordo com a SPE, os efeitos do aumento das tarifas norte-americanas devem se concentrar em setores específicos e ter impacto limitado no crescimento econômico do ano que vem. “A carta que comunicou a elevação da tarifa justifica a decisão por razões apenas políticas, gerando grande insegurança”, diz o boletim.
Setores: agro puxa crescimento; indústria desacelera
A SPE também atualizou as estimativas por setor da economia. O destaque ficou com a agropecuária, cuja projeção de crescimento passou de 6,3% para 7,8%, com impulso da safra de milho, café, algodão e arroz. O setor de serviços também teve leve alta, com estimativa subindo de 2% para 2,1%.
Já a indústria teve retração na expectativa de desempenho, com a projeção recuando de 2,2% para 2%. Segundo a secretaria, o setor começa a sentir mais fortemente os efeitos dos juros elevados.
INPC e IGP-DI também caem
A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado para reajustes do salário mínimo e benefícios previdenciários, caiu de 4,9% para 4,7%. O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que reflete os preços no atacado, na construção civil e ao consumidor final, teve a projeção reduzida de 5,6% para 4,6%, sendo mais sensível à variação do dólar.
As projeções do Boletim Macrofiscal serão utilizadas no próximo Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, previsto para o dia 22. O documento é fundamental para a execução do Orçamento federal, pois serve de base para o controle de gastos com foco na meta de déficit primário e no teto estabelecido pelo novo arcabouço fiscal. Caso necessário, o governo pode promover bloqueios em despesas não obrigatórias.
Fonte: Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil