Mercado reduz projeção de inflação para 2025, mas Selic segue em alta
Publicado em 30/06/2025 às 10:50

Marcello Casal JrAgência Brasil
O mercado financeiro reduziu a estimativa de inflação para 2025 de 5,24% para 5,20%, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (30) pelo Banco Central (BC). A projeção, no entanto, segue acima do teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual — ou seja, limite superior de 4,5%.
As previsões para os anos seguintes permanecem estáveis: 4,5% em 2026, 4% em 2027 e 3,83% em 2028.
Em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,26%, desacelerando em relação a abril (0,43%). No acumulado do ano, a inflação soma 2,75%, e 5,32% nos últimos 12 meses, segundo o IBGE. A principal pressão no mês veio da alta na energia elétrica residencial.
Juros básicos
Para conter a inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou novamente a taxa Selic, que agora está em 15% ao ano. Essa foi a sétima alta consecutiva. A decisão surpreendeu parte do mercado, que esperava estabilidade. Em ata, o Copom sinalizou que pode manter os juros nesse nível nas próximas reuniões, mas não descartou novos aumentos.
A expectativa do mercado é que a Selic termine 2025 em 15% ao ano. Para 2026, a projeção é de 12,5%, com novas quedas previstas para 10,5% em 2027 e 10% em 2028.
A alta da Selic visa esfriar a demanda, tornando o crédito mais caro e estimulando a poupança, o que tende a conter a inflação. Porém, juros elevados também impactam negativamente o crescimento econômico.
PIB e dólar
A projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 se manteve em 2,21%. Para 2026, houve leve alta de 1,85% para 1,87%. A expectativa é de expansão de 2% para 2027 e 2028.
No primeiro trimestre deste ano, a economia cresceu 1,4%, puxada pelo setor agropecuário. Em 2024, o PIB teve alta de 3,4%, o maior avanço desde 2021 (4,8%) e o quarto ano consecutivo de crescimento.
O dólar deve encerrar 2025 cotado a R$ 5,70, e 2026 em R$ 5,79, conforme estimativas das instituições financeiras.
Fonte: Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil