Mais de 180 países devem apresentar novas metas climáticas antes da COP30, diz especialista

Publicado em 26/08/2025 às 08:38

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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O diretor global da NDC Partnership, Pablo Vieira, afirmou que mais de 180 países deverão apresentar metas climáticas atualizadas até a COP30, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em novembro, em Belém (PA). Atualmente, apenas 29 compromissos estão formalizados.

Essas metas, conhecidas como Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), fazem parte do Acordo de Paris e têm como objetivo limitar o aquecimento global a 1,5 °C. Segundo Vieira, cerca de 80% dos países estão em atraso, mas muitos buscam elaborar planos mais consistentes.

“Embora o processo seja lento, a expectativa é que até a COP30 tenhamos mais de 180 NDCs. Os países entendem que precisam de metas realistas, implementáveis e atrativas para investimentos”, disse. Ele alertou, porém, que a implementação ainda não ocorre na escala necessária, especialmente em nações em desenvolvimento, e que o cenário geopolítico atual dificulta avanços.

A declaração foi feita nesta segunda-feira (25), durante a abertura da Rio Climate Action Week (RCAW), no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Até o dia 29, estão previstos mais de 200 eventos sobre mudanças climáticas organizados por governos, empresas e organizações da sociedade civil.

Amazônia perto do ponto de não retorno

O cientista Carlos Nobre, copresidente do Painel Científico para a Amazônia, também participou do evento e reforçou a gravidade da crise climática. Ele alertou que a floresta amazônica se aproxima do chamado ponto de não retorno.

“As secas profundas de 2005, 2010, 2015/2016 e 2023/2024 já reduziram a reciclagem de água, prolongando a estação seca em até cinco semanas. Se o desmatamento continuar e a temperatura subir mais de 2 °C, a Amazônia pode se autodegradar em até 70% em poucas décadas, tornando-se semelhante a uma savana e liberando mais de 250 bilhões de toneladas de carbono até 2100”, explicou.

Voz indígena

A jovem cientista social e antropóloga Taily Terena, integrante do Conselho Nacional de Mulheres Indígenas e do Fórum Permanente sobre Assuntos Indígenas da ONU, destacou a perspectiva dos povos tradicionais.

Ela relatou os impactos das secas no Pantanal. “A água está acabando por causa dos incêndios ligados ao agronegócio. No ano passado, vimos peixes morrendo em lagoas onde antes nadávamos. Hoje, em época de seca, a água mal chega aos tornozelos”, contou.

Para Taily, a realização da COP30 no Brasil é uma oportunidade de reforçar o papel do país como líder nas negociações climáticas. “É fundamental mostrar que somos protetores das florestas. Mas só haverá mudanças reais se a sociedade cobrar mais ações do poder público e do setor privado”, afirmou.

Fonte: Rafael Cardoso – Repórter da Agência Brasil

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