Lula fortalece relações internacionais em visitas à Rússia e China com foco em comércio, inovação e investimentos

Publicado em 16/05/2025 às 17:46

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Foto: Ricardo Stuckert / PR

A segunda semana de maio foi marcada por uma intensa agenda internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que visitou a Rússia e a China entre os dias 8 e 14. As visitas resultaram em avanços significativos nas áreas econômica, científica e política, com a assinatura de acordos estratégicos e a consolidação de parcerias em setores prioritários.

Visita à Rússia: ciência, tecnologia e comércio bilateral

O primeiro destino foi a Rússia, onde Lula se encontrou com o presidente Vladimir Putin e participou das comemorações pelos 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial. A missão brasileira teve como foco o fortalecimento das relações bilaterais, especialmente nos campos de energia, ciência e tecnologia.

Dois acordos importantes foram assinados em Moscou: um de cooperação em ciência, tecnologia e inovação; e outro, um memorando de entendimento para promover pesquisas conjuntas em áreas como clima, biodiversidade, biotecnologia, energia nuclear, tecnologia espacial, física, oceanografia e minerais estratégicos.

No campo comercial, os principais produtos importados pelo Brasil da Rússia são óleos combustíveis (57%) e fertilizantes (34%). Já as exportações brasileiras concentram-se em soja (33%), café não torrado (18%) e carne bovina (18%). Em 2024, o comércio entre os dois países bateu recorde, totalizando US$ 12,4 bilhões — com um déficit comercial de US$ 11 bilhões para o Brasil.

Lula destacou o potencial de crescimento nas trocas comerciais com a Rússia, especialmente na exploração de minerais críticos, lembrando que apenas 30% do território brasileiro foi pesquisado. “Queremos parceria com todos os países com expertise, para transformar o Brasil em uma grande economia”, afirmou.

Parceria com a China: investimentos bilionários e novos acordos

De Moscou, Lula seguiu para Pequim, onde participou da cúpula entre a China e países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), além do Fórum Empresarial Brasil-China. Essa foi sua quarta visita oficial ao país asiático e a terceira reunião com o presidente Xi Jinping nos últimos dois anos.

Durante a visita, foram firmados acordos nas áreas de inovação, energia, saúde e desenvolvimento sustentável, que somam R$ 27 bilhões em investimentos chineses no Brasil. Entre os principais anúncios estão:

  • R$ 6 bilhões da GWM para expansão de veículos e exportações;
  • R$ 5 bilhões da Meituan no setor de delivery;
  • R$ 3 bilhões da CGN em energias renováveis no Piauí;
  • R$ 5 bilhões da Envision para o primeiro Parque Industrial Net-Zero da América Latina;
  • R$ 3,2 bilhões da Mixue para abertura de lojas e geração de 25 mil empregos;
  • R$ 2,4 bilhões da Baiyin com a aquisição de mina de cobre em Alagoas;
  • R$ 1 bilhão da DiDi para infraestrutura de recarga de veículos elétricos;
  • R$ 650 milhões da Longsys em semicondutores;
  • R$ 350 milhões em parceria entre Nortec Química e empresas chinesas no setor farmacêutico.

China: principal parceiro comercial do Brasil

Desde 2009, a China ocupa o posto de maior parceiro comercial do Brasil. Em 2023, o comércio bilateral alcançou US$ 157,5 bilhões, com um superávit de US$ 51 bilhões para o Brasil. Os principais produtos exportados são soja, petróleo e minério de ferro, além de carnes, celulose e açúcar. As importações chinesas incluem equipamentos de telecomunicação, máquinas industriais e embarcações.

A cooperação na área da saúde também foi ampliada com a criação do Instituto Brasil-China para Inovação em Biotecnologia e Doenças Infecciosas e Degenerativas. A parceria entre a farmacêutica brasileira Eurofarma e a chinesa Sinovac promete fortalecer a autonomia do SUS e gerar empregos qualificados.

Segundo a ApexBrasil, 4,5% de tudo o que a China importa vem do Brasil, enquanto um quarto das importações brasileiras é originado no país asiático.

Fonte: Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil

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