Jovem de Marechal Floriano conquista medalha em concurso literário no Rio Grande do Sul

Publicado em 23/08/2025 às 10:57

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Texto: Bruno Caetano / Fotos: Divulgação

A jovem escritora Sthefany Traback da Silva, de 20 anos, moradora de Marechal Floriano, conquistou o 3º lugar na categoria Poesia – Adulto no 3º Concurso Literário Sérgio de Laforet Padilha, promovido pelo Centro de Escritores Lourencianos (CEL), no Rio Grande do Sul. O anúncio dos vencedores foi feito no dia 11 de agosto.

O concurso recebeu mais de 300 textos de diferentes regiões do Brasil, divididos nas categorias conto, crônica e poesia, nos níveis infantil, juvenil e adulto. A seleção foi realizada de forma sigilosa, com os textos identificados apenas por pseudônimo, para garantir imparcialidade.

A poesia de Sthefany, intitulada “Toc Toc”, foi reconhecida pela força da mensagem e pela valorização da memória e da resistência negra. Como parte do prêmio, a autora vai receber uma medalha em outubro, durante o jantar de comemoração dos 29 anos do CEL, e terá o texto publicado na 23ª Antologia do CEL, organizada pela Pragmatha Editora.

Para a jovem, o reconhecimento representa mais do que um título literário. “ Ser uma mulher negra, do interior, e ter minha poesia reconhecida e publicada nessa antologia é mais do que uma conquista pessoal: é uma conquista coletiva. É carregar a força das minhas raízes e mostrar que o lugar da mulher preta também é no livro, também é no palco, também é na história’, afirmou.

O poema premiado

Confira na íntegra a poesia “Toc Toc”, de Sthefany Traback da Silva, premiada no concurso:

TOC TOC

de Sthefany Traback da Silva (Verena)

Toc, toc!

QUEM É?

Aquele que foi sequestrado e levado para longe

Negado, chicoteado, jogado num porão de aço e fome.

Toc, toc!

QUEM É?

O corpo que ergueu a cidade, mas nunca teve moradia,

Que colheu o ouro e o café mas nunca provou da riqueza que existia.

Toc, toc!

QUEM É?

O nome riscado dos livros de história,

O sangue escorrido que regou a vitória.

O tambor silenciado, a reza calada,

O axé perseguido, a cor renegada.

Toc, toc!

QUEM É?

Zumbi, Dandara, Luísa Mahin,

Aqualtune grita das ruas do Pelô,

Lá do fundo do navio negreiro,

Na esquina onde a polícia matou.

Toc, toc!

QUEM É?

A pele que veste o alvo perfeito,

A mão que levanta e apanha primeiro.

A criança que sonha, mas cresce com medo.

A mulher que resiste, que dança e dá jeito.

Toc, toc!

QUEM É?

Sou eu, somos nós, sou quem você quer esquecer,

Mas, enquanto houver racismo, eu volto pra bater.

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