Guerra tarifária é vista como negativa pelos pequenos negócios

Publicado em 22/07/2025 às 11:11

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tank against the background of dollars. Concept of war.

Foto: Freepik

O segmento que mais emprega e cria oportunidades no Brasil já classificava como negativa a guerra tarifária para os negócios no Brasil, antes mesmo do anúncio das medidas pelo governo dos Estados Unidos. A sondagem “A guerra tarifária entre os Estados Unidos e outros países” foi realizada mês passado (em junho) pelo Sebrae e pela Fundação Getúlio Vargas, com o objetivo de medir a opinião dos donos de pequenos negócios sobre as ameaças de aumento nas tarifárias comerciais, feitas pelo presidente Donald Trump.

Mais de 60% dos donos de pequenos negócios ouvidos pela sondagem já tinham ouvido falar da medida antes do anúncio. Eles consideraram as tarifas como negativas, em especial, para o comércio (50,7%).

“A leitura que fazemos da pesquisa é que não há nenhum efeito positivo no processo provocado pela guerra tarifária. É hora de mostrar a grandeza econômica brasileira. O Brasil é muito maior do que um agravante de fronteiras. E a pequena economia está mostrando isso. Portanto, vamos firmes, enfrentar as adversidades. Nós precisamos acreditar em nós mesmos, na nossa economia, na capacidade de negociação do atual governo, na nossa capacidade de resiliência e de gerar mudanças”, afirmou o presidente do Sebrae, Décio Lima.

Os pequenos negócios vêm sendo um termômetro da economia brasileira. Somente no primeiro semestre deste ano, foram abertos 2,6 milhões de pequenos negócios no país. A abertura de novos MEI cresceu 13,2% em relação a junho de 2024, e as micro e pequenas empresas registraram aumento de 3,8%. Além disso, até maio, essas empresas foram responsáveis pela empregabilidade de um pouco mais de 60% dos postos de trabalho no país.

Atualmente, 68% das exportações dos pequenos negócios são feitas para as Américas (28% América do Sul, 24% América do Norte e 7% América Central e Caribe). O presidente do Sebrae lembra que, nos últimos anos, houve um crescimento significativo no acesso dos pequenos negócios ao mercado internacional.

O número de empreendedores que estão vendendo produtos e serviços para outros países cresceu 120% nos últimos 10 anos, enquanto as médias e grandes empresas cresceram 29% no mesmo período. Os pequenos negócios representam 41% do total de empresas exportadoras, apesar de movimentarem apenas cerca de 0,9% do montante de recursos.

De acordo com levantamento do Sebrae, em 10 anos foi registrado um crescimento de 152% nos valores comercializados por pequenos negócios. Em 2023, esse segmento foi responsável por movimentar US$ 2,8 bilhões, o melhor resultado registrado em todos os anos anteriores a 2020, sendo menor apenas que as exportações feitas em 2021 e 2022.

As empresas do setor da indústria da transformação respondem por 72,4% dos valores exportados por pequenos negócios (crescimento de 128% entre 2013 e 2023). Em seguida aparecem as pequenas propriedades rurais com 18,5% (crescimento de 336% em 10 anos) e as empresas da indústria extrativa – estas representam 4,4% do montante exportado pelos pequenos negócios, um crescimento de 309% no período.

Números da pesquisa

Você já ouviu falar sobre a guerra tarifária entre os Estados Unidos e outros países?

Sim, já ouvi falar

  • Médias e grandes – 67,5%
  • MEI – 62,6%
  • MPE – 67,4%

Sim, conheço bem o assunto

  • Médias e Grandes – 26,3%
  • MEI – 13,2%
  • MPE – 20,7%

Não, não sei do que se trata

  • Médias e Grandes – 6,2%
  • MEI – 24,2%
  • MPE – 11,9%

Fonte: Sebrae

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