Exportações brasileiras batem recorde histórico de janeiro a agosto
Publicado em 10/09/2025 às 10:33
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
As exportações brasileiras alcançaram um recorde histórico nos oito primeiros meses de 2025. De janeiro a agosto, as vendas externas somaram US$ 227,6 bilhões, enquanto as importações ficaram em US$ 184,8 bilhões. O resultado levou a corrente de comércio (exportações + importações) ao maior patamar da série para o período, chegando a US$ 412,4 bilhões. Na comparação com 2024, houve crescimento de 0,5% nas exportações.
Em entrevista à Voz do Brasil, a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Tatiana Prazeres, destacou a resiliência da economia brasileira diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Segundo ela, as vendas para os EUA caíram 18,5%, mas esse recuo foi compensado pelo aumento das exportações para outros mercados: China (+30%), Argentina (+40%) e México (+43%). “As exportações brasileiras mostraram-se resilientes, alcançando novos mercados e garantindo saldo positivo na balança”, afirmou.
A secretária também ressaltou o desempenho da agropecuária e da indústria extrativista em agosto e lembrou que o governo tem buscado diversificar destinos. Ela citou avanços recentes em acordos internacionais, como o Mercosul-Singapura (2023), Mercosul-União Europeia (2024, em fase de assinatura) e Mercosul-EFTA, previsto para ser assinado em setembro. Outras negociações em andamento envolvem Emirados Árabes e a ampliação do acordo com o México.
Sobre a China, principal parceiro comercial desde 2009, Prazeres destacou que o país responde por cerca de 30% das exportações brasileiras, contra 12% dos EUA. Ela apontou oportunidades crescentes em setores como café, aeronaves, alimentos processados e máquinas.
A secretária reconheceu preocupação com setores mais expostos às tarifas norte-americanas, como o de máquinas e equipamentos e o de esquadrias de madeira no Sul do Brasil, mas reiterou que o governo busca negociar com os EUA para reduzir o chamado “tarifaço”.
Para os próximos meses, Prazeres disse que a expectativa segue positiva e que, em outubro, o MDIC vai revisar as projeções para o comércio exterior.
Fonte: Agência Gov