COP29: organizações sociais destacam lacunas nas regras de financiamento

Publicado em 21/11/2024 às 09:28

Compartilhe

54132839110_6c32cd97f3_o

Foto: ApexBrasil/Divulgação

A 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), realizada em Baku, Azerbaijão, trouxe para o debate a gestão de riscos climáticos e socioambientais em financiamentos de projetos no Brasil. Durante um painel oficial, organizações sociais enfatizaram a importância de alinhar regras em todo o sistema financeiro, restringindo o acesso a capital e seguros a iniciativas comprometidas com a sustentabilidade.

“Quando falamos em mudanças climáticas, é evidente que o sistema ainda financia mais o agravamento do problema do que sua mitigação e adaptação”, afirmou Luciane Moessa, diretora executiva e técnica da Associação Soluções Inclusivas Sustentáveis.

Luciane apresentou uma proposta para harmonizar as regras de acesso aos recursos financeiros, inspirando-se no modelo de concessão de crédito rural no Brasil. Ela destacou benefícios como maior transparência com dados públicos, definição clara das transações sujeitas à avaliação de risco socioambiental e climático, e sanções para o descumprimento das normas.

Segundo Claudio Filgueiras, chefe do Departamento de Crédito Rural do Banco Central do Brasil, a integração de uma base de dados robusta e um sistema de monitoramento de imóveis rurais permite maior controle sobre os beneficiários do crédito. Ele revelou que, somente em 2024, mais de US$ 1 bilhão em financiamentos foram bloqueados devido a irregularidades socioambientais.

A proposta visa estender esse modelo a diferentes reguladores financeiros, como o Banco Central, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Superintendência de Seguros Privados (Susep) e a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).

Para Marcos Woortmann, diretor adjunto do Instituto Democracia e Sustentabilidade, as normas atuais, exceto no crédito rural, apresentam lacunas significativas. Ele mencionou a ausência de critérios claros sobre periodicidade, abrangência do monitoramento e formas de mitigação dos riscos identificados, bem como a falta de definições sobre quando o crédito ou seguro deve ser negado.

“Atualmente, empresas ou produtores rurais que têm acesso negado a recursos por questões socioambientais podem recorrer a outras instituições financeiras devido à falta de uniformidade nas regras”, pontuou Woortmann.

Ana Toni, secretária nacional de Mudanças do Clima do Ministério do Meio Ambiente, elogiou a aproximação entre o setor financeiro e o ambiental, destacando que os instrumentos financeiros necessários para enfrentar as mudanças climáticas também fazem parte das negociações centrais da COP29.

Fonte: Fabíola Sinimbú – Repórter da Agência Brasil

Veja também

doador de sangue

Junho Vermelho: mês dedicado ao Doador Voluntário de Sangue reforça importância da solidariedade que salva vidas

oculos pelo sus

Região Central de Saúde realiza 4ª ação para medição e entrega gratuita de óculos a usuários do SUS

tecnologia verde

Tecnologia verde promete reduzir calor em instalações rurais e aumentar produtividade no campo

marcelo santos

Marcelo Santos reúne mais de mil pessoas em prestação de contas

Degustação cafés

Maior evento de Indicações Geográficas do Brasil, Connection tem crescimento de 92,5% em participações

padre patrick fernandes

Padre Patrick Fernandes estará em Afonso Cláudio nesta terça-feira

Procon nas Escolas

Mais de 800 alunos da Rede Pública Estadual de Ensino já foram contemplados pelo projeto Procon nas Escolas

CAR

Espírito Santo é destaque em estudo com radiografia do Cadastro Ambiental Rural