Chuva diminui área atingida pela seca no Espírito Santo
Publicado em 22/02/2020 às 13:11
O volume acumulado de chuva no início deste ano contribuiu para a redução da seca no Espírito Santo. As informações foram constatadas pela Coordenação de Meteorologia do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). De acordo com a última atualização do Monitor de Secas, a chuva inicialmente ficou concentrada na faixa litorânea do Estado. Só entre dezembro e janeiro é que a precipitação começou a se espalhar para outras regiões capixabas.
“Os municípios, principalmente da região noroeste do Estado, estavam enfrentando graves problemas socioeconômicos e ambientais por causa da seca: perda da produção, conflito pelo uso da água… São Roque do Canaã, por exemplo, chegou a fazer racionamento. Esta região não sofreu com a forte chuva. Os municípios sentiram os efeitos secundários, como a cheia do Rio Doce e de outros mananciais, mas não foram prejudicados pelo excesso de precipitação. Pelo contrário”, lembrou Hugo Ramos, coordenador de meteorologia do Incaper.
Thábata Brito, que também é meteorologista do Incaper, explicou que os efeitos da seca ainda são observados. “Os indicadores utilizados no traçado do mapa do Monitor apontam para um recuo acentuado na distribuição espacial e na intensidade das secas pelo território capixaba, mas ela ainda está presente no noroeste capixaba. É o que aponta a última atualização do Monitor de Secas para o mês de janeiro quando comparada ao mapa de dezembro de 2019”, explicou.
Ramos ressalta que a chuva melhorou a disponibilidade hídrica, principalmente para as culturas perenes. “Algumas áreas que ficaram alagadas, houve prejuízo, principalmente no cultivo de hortaliças. Mas para as culturas perenes, a chuva foi benéfica, porque o solo já estava muito castigado com meses seguidos de deficiência hídrica. Em quase todos os municípios capixabas, o volume de chuva acumulado tem superado a média climatológica desde o começo do verão, confirmando a tendência de normalização das chuvas divulgadas no início da estação”, acrescentou.
Para o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Paulo Foletto, a redução da seca no noroeste é um alívio para as famílias da região. São Roque do Canaã, por exemplo, é uma grande cidade produtora de cachaça e estava prejudicada pela falta de chuva. Esperamos que o aumento nos níveis dos rios e córregos de um fôlego aos produtores rurais e moradores”, pontuou.
Sobre o Monitor de Secas
O Monitor é um processo de acompanhamento regular e periódico da situação de seca coordenado nacionalmente pela AgênciaNacional das Águas (ANA). O serviço também é desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e conta com apoio operacional da Fundação Cearense de Meteorologia e Chuvas Artificiais (Funceme). Os resultados do Monitor de Secas são divulgados por meio do mapa mensal, que consolida o diagnóstico da situação de seca a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras.
Utilizados como informação e suporte às políticas públicas de combate à seca, o mapa e demais produtos do Monitor de Secas promovem o monitoramento regular e periódico da situação da seca nos nove estados do Nordeste, além de Minas Gerais, Espírito Santo e Tocantins. Por meio deste desse acompanhamento é possível compartilhar informações e bases de dados, uniformizando o entendimento do fenômeno da seca e acompanhando sua evolução, classificando-a segundo o grau de severidade dos impactos observados. Em âmbito estadual, além do Incaper, o processo de acompanhamento e validação do Monitor está sendo realizado pela Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Defesa Civil Estadual e Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan).
Você pode conferir o último mapa do Monitor pelo site: http://monitordesecas.ana.gov.br/, pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para download (Android e iOS). Você também pode acessar essas informações em https://meteorologia.incaper.es.gov.br/, no campo “Monitoramento”.