Centrais sindicais criticam tarifa dos EUA e apontam risco à economia brasileira
Publicado em 10/07/2025 às 16:17

Foto: Divulgação/Porto de Santos
As principais centrais sindicais brasileiras divulgaram, nesta quinta-feira (10), um manifesto contra a tarifa de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos sobre todas as exportações brasileiras. A medida, anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump na quarta-feira (9), passará a valer a partir de 1º de agosto.
No documento, as entidades classificam a decisão como “intempestiva” e afirmam que ela remete à atuação dos EUA durante o golpe militar de 1964. Segundo o texto, a nova tarifa representa “uma reação hostil às decisões do Supremo Tribunal Federal envolvendo empresas norte-americanas no Brasil” e seria também um “conluio com o bolsonarismo”.
As centrais alertam para os impactos econômicos da medida, como aumento nos custos de produção, pressão inflacionária, desvalorização cambial e riscos de desemprego em massa. “A indústria, o agronegócio e diversos setores produtivos serão diretamente afetados, com possível fechamento de empresas e agravamento do desemprego”, afirmam.
O manifesto também expressa apoio à reação do governo brasileiro, que anunciou a aplicação da recém-aprovada Lei da Reciprocidade Econômica. “Apoiamos a resposta firme do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governo deve usar todos os instrumentos legais para proteger a economia e o povo brasileiro”, diz o texto.
As centrais também pedem a cassação do mandato do deputado federal Eduardo Bolsonaro, que estaria, segundo elas, “agindo como agente estrangeiro ao fomentar sanções contra o próprio país”. Para os sindicalistas, isso caracteriza crime de lesa-pátria.
Por fim, as entidades reafirmam o compromisso com a soberania nacional, com as instituições democráticas e com os direitos da classe trabalhadora, defendendo uma saída diplomática e multilateral para o impasse comercial.
Assinam o manifesto: CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, Intersindical – Central da Classe Trabalhadora e Central do Servidor.
Fonte: Flávia Albuquerque – Repórter da Agência Brasil