Brasil inicia produção de vacina contra vírus sincicial respiratório e de medicamento para esclerose múltipla
Publicado em 10/09/2025 às 15:56
Foto: Walterson Rosa/MS
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assinou nesta quarta-feira (10) acordos de transferência de tecnologia que permitirão ao Brasil produzir a vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR) e o natalizumabe, medicamento usado no tratamento da esclerose múltipla.
O primeiro acordo, firmado entre o Instituto Butantan e a farmacêutica Pfizer, garante a oferta da vacina contra o VSR no Sistema Único de Saúde (SUS). As 1,8 milhão de doses iniciais serão entregues até dezembro. A aplicação começa na segunda quinzena de novembro e será destinada a gestantes a partir da 28ª semana de gravidez, com esquema de dose única.
Segundo o Ministério da Saúde, o imunizante pode evitar cerca de 28 mil internações anuais de bebês por bronquiolite e pneumonia. O VSR é responsável por 80% dos casos de bronquiolite e 60% de pneumonias em crianças menores de 2 anos. No Brasil, aproximadamente 20 mil bebês de até 1 ano são internados a cada ano devido a complicações do vírus.
Além disso, o país também passará a fabricar o natalizumabe por meio de Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). A tecnologia será transferida pela farmacêutica Sandoz para o Instituto Butantan. Atualmente, apenas uma empresa possui registro do medicamento na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O natalizumabe é indicado para a forma remitente-recorrente da esclerose múltipla, que corresponde a 85% dos casos, e já é oferecido no SUS desde 2020. A produção nacional deve ampliar o acesso e reduzir a dependência externa. A doença atinge cerca de 40 mil brasileiros.
Segundo o governo federal, a meta é que, em até dez anos, 70% das necessidades do SUS em vacinas, medicamentos e equipamentos sejam atendidas pela produção nacional. O plano prevê investimentos de R$ 57,4 bilhões, com participação dos setores público e privado.
Os anúncios ocorreram durante a posse do novo diretor-presidente da Anvisa, Leandro Pinheiro Safatle, e dos diretores Daniela Marreco Cerqueira e Thiago Lopes Cardoso Campos, em Brasília.
Amanda Milan, Taís Nascimento e Vicente Ramos
Fonte: Ministério da Saúde