Atenção à saúde mental em uma era de crescente popularidade dos jogos online

Publicado em 03/01/2025 às 08:41

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Iniciamos o ano de 2025 com o “Janeiro Branco”, mês dedicado à atenção à saúde mental. Neste ano, a Secretaria da Saúde (Sesa) faz um importante alerta a toda população capixaba sobre os cuidados que devem ser tomados diante da popularização de jogos de azar on-line no País.

Considerado pelo Ministério da Saúde (MS) como um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, os jogos e o vício em apostas podem gerar consequências à saúde mental. 

Nos tempos atuais, é comum que haja um crescente número de pessoas sempre conectadas no mundo on-line, e levar essa vida dupla, tanto na realidade quanto no mundo cibernético, requer uma atenção redobrada para a saúde mental. 

Para a psicóloga Claudia de Oliveira, que atua no Hospital Estadual de Atenção Clínica, os jogos on-line e de apostas, cada vez mais populares entre os jovens, representam um significativo entretenimento. “É cada vez mais comum que quem os joga encontre uma válvula de escape da realidade, por meio das telas. Esses jogos, quando consumidos de maneira saudável e adequada, podem contribuir com o desenvolvimento de funções e habilidades cognitivas e sociais”, diz a profissional.

Em contrapartida, o uso frequente e abusivo dos jogos virtuais podem gerar problemas físicos, como a má postura, má alimentação, sedentarismo e ansiedade, além de interferir nas emoções e desencadear depressão e vício. Esses sintomas podem ser considerados uma dependência comportamental, semelhante à dependência química.

Assim, a Secretaria da Saúde (Sesa) orienta para que familiares e amigos fiquem atentos às mudanças de comportamentos daqueles que os cercam e que fazem uso de jogos de azar.

Ao perceberem as mudanças comportamentais, como agitação, nervosismo, falta de interesse em outras atividades e, no caso das apostas on-line, as perdas financeiras, busquem ajuda no Centro de Atenção Psicossocial mais próximo. Neste espaço, o paciente passará por uma avaliação com especialista em saúde mental para verificar se há outras condições psiquiátricas associadas para então dar início ao tratamento.



Cuidados com a saúde mental

Identificar e buscar entender os sintomas e, por fim, procurar orientação nem sempre é fácil, mas é fundamental percebê-los e procurar ajuda profissional o quanto antes. O apoio da família é essencial para buscar ajuda e acompanhar o tratamento deste paciente. Veja algumas dicas para manter a saúde mental em dia mesmo sendo um consumidor de jogos on-line:

1. Defina limites de tempo e dinheiro para jogar e seja rigoroso em cumpri-los. É importante que, ao se tornar um jogador, você tenha consciência de quanto do seu tempo e dinheiro vai disponibilizar para jogar. O jogo deve se manter apenas como um hobby; 

2. Garanta que jogar seja apenas uma das muitas atividades de lazer em sua vida. Invista em hobbies, esportes e tempo com a família e amigos. É importante ter uma rede de amigos e familiares fora do ambiente virtual que incentive essa interação social, seja por meio de atividades em grupo, encontros com amigos ou participando de atividades extracurriculares; 

3. Informe-se e se conscientize sobre os riscos do vício em jogos e entenda seu próprio histórico e o de sua família. Em algumas famílias, o histórico de vícios em jogos de aposta é passado de geração em geração, por isso mantenha-se atento para não perpetuar alguns desses hábitos; 

4. Fique atento aos primeiros sinais de problema, como jogar por longos períodos, gastar muito dinheiro ou ignorar responsabilidades. É importante notar alguns comportamentos desencadeados por passar muito tempo jogando. Alguns deles são: mudanças de comportamento, dificuldade de concentração, irritabilidade, alterações no sono ou apetite. Se notar sinais preocupantes, procure ajuda de um profissional que possa direcionar os cuidados e tratamentos em saúde mental (psicólogo/psiquiatra);

5. É recomendado para pessoas que notam um gasto excessivo com jogos de aposta à procura de aconselhamento financeiro, para ajudá-las a desenvolver habilidades de gerenciamento de dinheiro e lidar com os desafios financeiros resultantes do jogo compulsivo;

6. Outra dica importante é a participação de terapias em grupo. Participar de grupos terapêuticos conduzidos por profissionais e/ou grupos de ajuda mútua como Jogadores Anônimos ou outros correlatos pode ser uma fonte valiosa de suporte emocional e orientação prática para aqueles que lutam contra o vício em jogos de azar.



Onde procurar ajuda 

Atualmente, existem no Estado 43 Centros de Atenção Psicossocial (Caps), pontos estratégicos da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), que são referência no tratamento para pessoas adultas com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros. Três deles são mantidos pela Sesa: Caps Cidade, localizado no Centro Regional de Especialidades (CRE), em Cariacica; Caps Moxuara (Cariacica); e o Caps Cachoeiro (Cachoeiro de Itapemirim). Os outros 40 Caps são geridos pelos municípios com recursos do Ministério da Saúde.

Os Caps são unidades de saúde comunitárias e acessíveis, compostas por equipes multiprofissionais que trabalham de maneira interdisciplinar. Priorizam o atendimento a pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades relacionadas ao uso de álcool e outras drogas em sua área geográfica. Esses serviços intervêm tanto em situações de crise quanto nos processos de reabilitação psicossocial. 



Sesa e preocupação com os servidores

Com o Programa “Saúde todo dia”, a Sesa busca conscientizar os seus servidores sobre diversos temas. E um deles foi o consumo desenfreado de jogos de azar, com o texto “Jogos de azar; o nome já diz tudo”, em que foram destacados os riscos prejudiciais que esses jogos trazem para a saúde.

Para uma das criadoras do programa e assessora técnica da Gerência de Políticas e Organização das Redes de Atenção à Saúde (GEPORAS), Marina Daleprane Bernardi, o texto é um alerta para os servidores da Sesa, além de informativo sobre um tema tão em alta como os jogos de apostas “É fundamental que nós, como servidores da saúde, estejamos cientes da problemática e danos que esses jogos trazem para a saúde pública”, ressalta.

O Programa “Saúde todo dia” é uma iniciativa da Gerência de Políticas e Organização das Redes de Atenção à Saúde, a GEPORAS, em parceria com a Gerência de Recursos Humanos (GRH) e a Gerência de Comunicação Social (ASSCOM).

Fonte: Assessoria de Comunicação da Sesa

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