Alta velocidade e Imprudência são as principais causas de acidentes com motociclistas na BR-262
Publicado em 18/02/2025 às 08:54

Texto: Bruno Caetano / Fotos: Corpo de Bombeiros
A BR-262, uma das principais rodovias do Espírito Santo, impõe desafios diários aos motociclistas e motoristas que atravessam a região das montanhas capixabas. As características da via, combinadas ao excesso de velocidade, imprudência dos motociclistas e condições adversas, tornam a rodovia um cenário de risco constante. Consequentemente, o número de acidentes na região tem aumentado significativamente.
No último domingo (16), esse perigo se concretizou com mais um trágico acidente, desta vez, no km 78 da BR-262, próximo ao distrito de Victor Hugo, em Marechal Floriano, envolvendo quatro motos de alta potência. O acidente resultou na morte de duas pessoas e deixou outras duas feridas.
Além disso, o Observatório de Trânsito do Espírito Santo apontou que, em 2024, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou mais de 839 infrações de motociclistas nas rodovias que cortam as montanhas capixabas, evidenciando o aumento de comportamentos de risco. Entre as infrações mais comuns, destacam-se as ultrapassagens proibidas, a condução de veículos sem habilitação ou com CNH vencida, e o excesso de velocidade nas pistas.
Em adição a esses fatores, o subtenente Elfas de Oliveira Campos Junior, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo, acrescenta o perigo ainda maior para motociclistas de alta cilindrada, que frequentemente circulam pela região. “Nos finais de semana pela manhã, vemos motociclistas de Vitória subindo pelas montanhas com essas motos potentes, e o risco é altíssimo. Isso não é novidade”, afirma.
Ele também ressaltou as dificuldades de pilotar essas motos nas BRs, especialmente devido à alta velocidade e à falta de segurança. “Motos de alta cilindrada têm dificuldade em fazer curvas, e com alta velocidade, qualquer erro pode resultar na invasão da faixa contrária e em uma colisão. Não há para onde fugir, seja por uma ribanceira ou pedras nas laterais”, explica.


Conforme o chefe de equipe de prontidão da 1ª Companhia do 4º Batalhão de Bombeiros Militar de Marechal Floriano, Gabriel Goulart, trafegar por uma rodovia federal já é desafiador, mas os riscos se intensificam nas montanhas. “As estradas são mais perigosas, com muitas curvas fechadas e descidas íngremes que exigem mais habilidade e atenção do motociclista”, afirma.
Ademais, o aumento do fluxo de veículos, principalmente nos finais de semana e feriados, eleva as chances de acidentes. Outro fator preocupante é a presença de óleo na pista, que pode causar quedas. As infrações como excesso de velocidade, ultrapassagens em locais proibidos e desrespeito à distância de segurança também são fatores que aumentam o risco de colisões e acidentes fatais.
“O excesso de velocidade é um dos principais fatores que provocam acidentes em nossas estradas. Existem outros riscos envolvidos, mas inegavelmente essa prática potencializa ainda mais a letalidade quando falamos de motociclistas”, alerta o sargento. Além disso, ele destaca que a falta de atenção e a imprudência são erros comuns entre os motociclistas que trafegam pela rodovia.
Diante desse cenário, a redução dos acidentes, segundo o sargento, depende de diversos fatores, incluindo conscientização e educação no trânsito. “A redução de acidentes não ocorre da noite para o dia. Depende de recursos, estudos e medidas estruturais. No entanto, o que podemos destacar como essencial é a educação e conscientização dos motociclistas”, explica.
Goulart também destaca a importância da melhoria da sinalização, infraestrutura e fiscalização na BR-262. Para os motociclistas que trafegam pela região, o sargento recomenda a adoção da direção defensiva como uma ferramenta essencial para evitar acidentes.
“Verificar as condições dos pneus antes de sair em tempo chuvoso, manter distância segura, evitar freadas bruscas ou desnecessárias, são medidas fundamentais. Agir proativamente para evitar perigos é de suma importância para uma direção mais segura”, conclui.