Alckmin discute com empresários impactos de tarifa dos EUA e busca acordo até agosto
Publicado em 16/07/2025 às 08:18

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, liderou nesta terça-feira (15) duas reuniões com representantes dos setores industrial e agropecuário para discutir os impactos da decisão dos Estados Unidos de elevar para 50% as tarifas de importação de produtos brasileiros.
Durante os encontros, os empresários relataram prejuízos já sentidos pelas cadeias produtivas e demonstraram confiança na atuação do governo federal, destacando a importância de evitar medidas de retaliação. Algumas entidades sugeriram que o Brasil solicite o adiamento da vigência das novas tarifas, previstas para entrarem em vigor em 1º de agosto por determinação do presidente americano, Donald Trump.
Alckmin afirmou que a meta do governo é avançar nas negociações e buscar um acordo antes da data estipulada. “A reunião com o setor produtivo foi muito proveitosa. Ouvimos representantes dos setores com maior fluxo comercial com os EUA — como aviação, aço, alumínio, máquinas, têxteis, calçados, papel e celulose. Houve consenso em torno da via diplomática. Transmiti a mensagem do presidente Lula de empenho total para reverter essa situação”, declarou.
Segundo o vice-presidente, entre janeiro e junho deste ano, as exportações brasileiras para os EUA cresceram 4,37%, enquanto as exportações americanas para o Brasil aumentaram 11,48%. “Estamos em um momento de recorde de exportações dos EUA para o Brasil, quase três vezes maiores do que as nossas para lá. Precisamos atuar juntos para reverter essa decisão”, completou.
Alckmin informou que o setor produtivo brasileiro irá dialogar com seus parceiros nos Estados Unidos — compradores, fornecedores e empresas congêneres — para minimizar os efeitos da medida. “Essa relação comercial também impacta os americanos, pois pode encarecer produtos e pressionar a economia deles. É, inclusive, uma oportunidade para buscarmos novos acordos comerciais”, destacou.
Expansão de mercados
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, também participou da reunião com representantes do agronegócio. Ele reforçou que, desde o início do atual governo, um dos focos tem sido a ampliação dos mercados internacionais para os produtos brasileiros. Segundo Fávaro, já foram abertos 393 novos mercados.
Mesmo defendendo a manutenção das exportações para os Estados Unidos, Fávaro afirmou que o Brasil seguirá com “diálogo respeitoso e altivo”. Até o anúncio do aumento tarifário, a expectativa era de que as exportações de carne bovina para o mercado americano dobrassem em 2025.
Fonte: Agência Brasil