Projeto busca documentar todas as espécies de anfíbios ameaçados de extinção no Brasil

Publicado em 16/02/2019 às 10:12

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Vários anfíbios estão sofrendo extinção em todo o mundo e as razões são a destruição do meio ambiente e a infecção por um fungo que vem dizimando a populações de anfíbios em ambientes aparentemente preservados. Com apoio do Instituto Nacional da Mata Atlântica, em Santa Teresa-ES, o projeto DoTS (“Documenting Threatened Species”) envolve a colaboração de diversos cientistas e instituições.

Os anfíbios (sapos, salamandras e cecílias) são um dos grupos animais mais ameaçados de extinção do mundo. Estimativas globais apontam que quatro em cada dez espécies de anfíbios estão sob risco de desaparecer. No Brasil, pelo menos 41 espécies estão ameaçadas, e uma já é considerada extinta.

Preocupados com essa situação um grupo de biólogos criou um projeto para buscar, documentar e estudar todas as espécies ameaçadas do País. A iniciativa, chamada Documenting Threatened Species – DoTS (“documentando espécies ameaçadas” em português) foi idealizada pelo biólogo Pedro Peloso, professor da Universidade Federal do Pará, e conta com a colaboração de diversas pessoas e apoio de instituições brasileiras e estrangeiras.

O objetivo é criar uma base de dados contendo imagens de todas as espécies, além de também reunir informações sobre o estado de preservação dos locais de ocorrência das espécies ameaçadas. Pedro Peloso explica que para a maioria dessas espécies ameaçadas não existem muitas imagens e a compreensão das ameaças é ainda insuficiente para a preservação.

“Diversas espécies de animais estão sendo extintas antes mesmo que as pessoas saibam da sua existência. O que esperamos é que, ao apresentar essas imagens das espécies ameaçadas e dos ambientes por elas habitados, passemos a nos preocupar mais com o futuro desses animais incríveis”, diz Peloso.

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Fungo pode ser a causa

Anfíbios estão sofrendo declínios e extinções em todo o mundo e as razões são a destruição do meio ambiente e a infecção por um fungo que vem dizimando populações de anfíbios em ambientes aparentemente preservados: o fungo quitrídio Batrachochytrium dendrobatidis (Bd).

Guilherme Becker, professor da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, é especialista no estudo da ecologia e evolução do quitrídio, e irá analisar os processos relacionados aos declínios e extinções dos anfíbios Brasileiros. “Nossos resultados preliminares apontam para uma forte relação entre o aumento da prevalência do fungo quitrídio e o desaparecimento de dezenas de populações de anfíbios nas cristas da Mata Atlântica no final da década de 1970. Muitas destas espécies nunca mais foram observadas na natureza; é possível que o fungo quitrídio seja um fator crucial na preservação de espécies ameaçadas”, disse Becker.

Primeiros Resultados

O projeto já realizou duas expedições, uma ao Sul (Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e outra ao Sudeste (Rio de Janeiro e Minas Gerais). Nessas expedições o grupo buscou por nove espécies e encontrou oito dela.

“O resultado dessas primeiras viagens foi bastante estimulante. Pudemos começar a entender melhor as ameaças às espécies e conhecer os cientistas que vem estudando essas espécies há anos”, diz Peloso.

Sobre o Projeto

O DoTS busca documentar e estudar todas as espécies de anfíbios ameaçadas de extinção no Brasil e é organizado pelos biólogos Pedro Peloso (Universidade Federal do Pará), Iberê Machado (Instituto Boitatá) e Guilherme Becker (Universidade do Alabama, EUA). O projeto tem apoio financeiro do Fresno Chaffee Zoo, The University of Alabama, Instituto Boitatá, Museu Paraense Emílio Goeldi e o Instituto Nacional da Mata Atlântica.

Site: www.projetodots.org

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