Nego Schunk mantém o legado de mais de 100 anos no cultivo de orquídeas em Marechal Floriano

Publicado em 31/10/2025 às 10:55

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nego schunk no cultivo de orquideas

Texto e fotos: Cicero Modolo

Tudo começou em 1912, quando Wanderlino Schunk iniciou o cultivo de orquídeas no Espírito Santo. Hoje, esse legado continua, com o neto Vital Schunk, mais conhecido como Nego Schunk, que mantém o orquidário mais tradicional do município e um dos mais conhecidos do Espírito Santo. O amor pelas flores começou como um simples encantamento pelas e tornou-se uma tradição de família, transmitida de geração em geração com o mesmo cuidado, paciência e amor pela natureza.

Essa paixão herdada não se limitou ao cultivo das plantas, mas transformou-se em um verdadeiro modo de vida. Desde cedo, Nego cresceu cercado pelo perfume e pelas cores das orquídeas, aprendendo com o exemplo dos pais e avós o valor da dedicação e do respeito ao ciclo natural.

Mais do que um hobby, o cultivo das orquídeas representa para Nego um legado familiar e uma jornada pessoal de superação e beleza, que há mais de 45 anos vem cultivando orquídeas e embelezando Marechal Floriano. Cada flor cultivada é resultado de anos de experiência, de desafios vencidos e da satisfação em ver o fruto de um trabalho paciente florescer.

Hoje, essa inspiração centenária continua viva nas mãos e no coração de Nego Schunk, que transformou a herança do avô em arte, orgulho e símbolo da identidade de Marechal Floriano. Com a Lei nº 12.167, de 18 de junho de 2024, o município recebeu o Título de Capital Estadual das Orquídeas, devido à sua abundante natureza e ao cultivo dessas flores. A cidade é reconhecida por suas belezas naturais, com vales, montanhas e cachoeiras, que abrigam diversas espécies de orquídeas.

“Cuidar das orquídeas sempre foi mais do que uma paixão, é parte da minha história, da minha família e da minha identidade. Desde pequeno, eu via meu avô Wanderlino Schunk cultivando essas flores com tanto carinho e aquilo foi me encantando. Ele me ensinou que cada orquídea tem seu tempo, seu jeito, e que a beleza vem da paciência e do cuidado. Hoje, quando entro no meu orquidário, sinto que continuo o trabalho que ele começou há mais de um século”, contou.

RECORDAÇÕES – Nego guarda com orgulho registros e anotações de várias gerações, com nomes, cruzamentos, flores que marcaram época e que são um verdadeiro tesouro da família. “São documentos que mostram o quanto essa paixão atravessou o tempo e como Marechal Floriano cresceu junto com essa tradição. Ao longo dos anos, tive a felicidade de ver meu trabalho reconhecido em mais de cinco revistas, tanto nacionais quanto internacionais, com publicações que saíram até nos Estados Unidos, inscrito em inglês, e na Alemanha, também inscrito em alemão”, relatou.

Segundo Nego, ver a orquídeas representando o Espírito Santo e o Brasil é uma emoção indescritível. “Mas, o que mais me motiva é saber que esse amor pelas orquídeas continua inspirando outras pessoas. Cada flor que nasce é uma nova história, um novo ciclo que se renova. E enquanto eu puder, vou continuar cuidando delas, preservando essa herança e mostrando que cultivar orquídeas é, acima de tudo, cultivar a vida”, disse emocionado Vital Schunk.

Museu “Cantinho dos Velhos Amigos” é novo atrativo do orquidário

Uma novidade foi divulgada por Vital Schunk: a inauguração do seu mais novo projeto, o museu “Cantinho dos Velhos Amigos”. O espaço fica anexo ao seu orquidário e deve se tornar um ponto de visita obrigatória para quem deseja conhecer mais sobre as raízes e memórias de Marechal Floriano. O local reúne objetos antigos, fotografias, ferramentas, documentos e relíquias que ajudam a contar a história do município e das pessoas que contribuíram para o seu desenvolvimento.

Mais do que um acervo, o museu é uma viagem no tempo, guiada pelo próprio Nego, que com entusiasmo compartilha fatos curiosos e lembranças preciosas. Cada canto carrega uma história, e cada peça exposta reflete o olhar sensível de quem vive intensamente o amor pela cidade.

“Eu preparei esse museu com muito carinho, pensando em cada detalhe para que as pessoas possam relembrar o passado e entender como Marechal Floriano cresceu. Aqui estão lembranças de amigos, de tempos antigos, de histórias que merecem ser contadas e preservadas”, contou emocionado o orquidófilo.

Com o museu “Cantinho dos Velhos Amigos”, Nego Schunk reafirma seu papel não apenas como guardião das orquídeas, mas também como guardião da memória florianense, oferecendo à comunidade um espaço de convivência, cultura e afeto onde o passado floresce junto com as orquídeas que tanto ama.

Marechal Floriano comemora aniversário de 34 anos de emancipação

Além das orquídeas, Marechal Floriano também se destaca por sua rica herança cultural, com forte influência de imigrantes alemães e italianos, e por sua vocação para o agroturismo. A cidade oferece paisagens naturais com cachoeiras, sítios e fazendas que recebem visitantes.

Antes da Colonização o município era habitado pelos índios Botocudos e Puris. Depois foi colonizado por alemães, italianos, poloneses, suíços, austríacos, luxemburgueses, franceses, espanhóis, portugueses, açorianos, descendentes de nativos e descendentes de africanos, que tiveram influência direta na cultura municipal.

Traços dessas culturas podem ser percebidos na sua culinária, na dança, na música e na arquitetura presentes na cidade. Em 22 de outubro de 1861, através do relatório do Coronel e engenheiro Pedro de Alcântara Bellegarde, ministro e secretário de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, a então vila que hoje é a sede municipal passou a denominar-se Vila Nacional do Braço do Sul.

Apesar da existência de fontes nas quais os moradores se referem ao local como sendo Marechal Floriano a partir do ano de 1900, essa denominação persistiu até 11 de janeiro de 1964, quando, através da Lei Estadual nº 1.956/64, é criado o distrito de Marechal Floriano, subordinado ao município de Domingos Martins.

O “Dia do sim”, celebrado neste dia (30) de junho, e comemora o fato, de em 1991, Marechal Floriano ter alcançado sua emancipação de Domingos Martins. O movimento surgiu após moradores desejarem mudanças no município que até então era subordinado a Domingos Martins e que não possuía muitas das condições básicas.

Assim, vencida a burocracia, o plebiscito foi marcado para o dia 30 de junho de 1991, iniciando-se a “Campanha pelo Sim”, que, segundo a ata final de apuração, os votos “sim”, pela emancipação, alcançaram o apoio de 3.623 eleitores, enquanto o “não”, dos eleitores contrários à emancipação, somou 288 votos. Ainda se contabilizou 90 votos em branco e 26 nulos, totalizando 4.027 votantes.

Assim, no dia 31 de outubro de 1991, foi sancionava a Lei Estadual nº 4.571, acatando o resultado do plebiscito e criando oficialmente o Município de Marechal Floriano. A data comemora a conquista da autonomia político-administrativa do município. A emancipação permitiu que a cidade pudesse se autogerir, tomando suas próprias decisões políticas e administrativas, e impulsionando seu desenvolvimento.

A emancipação é fator decisivo para alicerçar desenvolvimento econômico e social, através dela é possível promover maior qualidade de vida dos habitantes, com o aprimoramento dos setores de saúde, segurança pública, educação, moradia e até mesmo lazer.

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