Tarifas de Trump elevam preços, pressionam empregos e desaceleram economia dos EUA
Publicado em 13/08/2025 às 08:25
Foto: Freepik
A rede pública norte-americana NPR, que perdeu todo o financiamento federal sob o governo Donald Trump e hoje depende de doações de leitores, publicou uma reportagem mostrando como o tarifaço imposto pelo ex-presidente contra outros países começa a afetar a própria economia dos Estados Unidos.
Após atrasos e ajustes, a maioria das tarifas entrou em vigor nesta semana, estabelecendo uma taxa de 15% para a maior parte dos parceiros comerciais, podendo chegar a patamares mais altos para países como a Índia. O nível médio de tributação alcançou 18,6%, o mais alto desde 1933, segundo cálculos do Laboratório de Orçamento de Yale.
Preços em alta
Economistas avaliam que o custo será dividido entre exportadores estrangeiros, empresas importadoras e consumidores, mas, no longo prazo, parte inevitavelmente chegará às prateleiras. A General Motors, por exemplo, afirmou que as tarifas já geraram um gasto extra de US$ 1,1 bilhão no último trimestre, absorvido em grande parte pela empresa para evitar reajustes imediatos.
Projeções indicam que setores como vestuário e calçados sentirão impacto mais rápido, com aumentos de até 39% em alguns produtos. O custo médio adicional para famílias pode chegar a US$ 2.400 este ano. Em julho, a inflação acumulada em 12 meses foi de 2,7%, acima dos meses anteriores, mas ainda bem abaixo do pico de 9,1% registrado em 2022.
Empregos sob pressão
Os efeitos também atingem o mercado de trabalho. Em julho, foram criadas apenas 73 mil vagas, e a taxa de desemprego subiu para 4,2%. Apesar de ainda baixa, a taxa reflete uma desaceleração nas contratações, que tende a se intensificar à medida que empresas lidam com custos mais altos e adiam investimentos. Novos entrantes no mercado, como recém-formados, já encontram mais dificuldades para conseguir emprego.
Crescimento mais lento
A expectativa é de que a economia perca fôlego, mas sem entrar em recessão, segundo levantamento do The Wall Street Journal. Enquanto isso, o otimismo nos mercados financeiros mantém o S&P 500 e o Nasdaq em níveis recordes, com investidores apostando na resiliência do país diante das tarifas.
Ainda assim, especialistas alertam que o impacto das medidas será sentido por todos — empresas, famílias e trabalhadores — à medida que os reajustes se consolidarem e o ritmo econômico desacelerar.
Fonte: Agência Gov | via NPR