Defesa de Bolsonaro diz ter sido surpreendida com prisão domiciliar decretada por Moraes
Publicado em 05/08/2025 às 08:35
Foto: Lula Marques/Agência Brasil
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta segunda-feira (4), ter sido surpreendida com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar do ex-mandatário.
Os advogados alegam que Bolsonaro não violou as medidas cautelares que o impedem de utilizar redes sociais, inclusive por meio de perfis de terceiros.
“A defesa foi surpreendida com a decretação de prisão domiciliar, tendo em vista que o ex-presidente Jair Bolsonaro não descumpriu qualquer medida”, informou a nota da defesa, que também anunciou que irá recorrer da decisão.
Segundo os advogados, a frase publicada por Bolsonaro — “Boa tarde, Copacabana. Boa tarde, meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos” — não configura violação das restrições impostas nem ato criminoso.
O que motivou a decisão
No mês passado, Moraes determinou medidas cautelares contra Bolsonaro, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de acessar redes sociais, inclusive por meio de terceiros.
Na decisão desta segunda-feira, o ministro apontou que os filhos do ex-presidente — os parlamentares Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro — publicaram em suas redes sociais mensagens de agradecimento atribuídas a Bolsonaro, direcionadas aos apoiadores que participaram dos atos do dia 03.
Para Moraes, as postagens configuram violação das medidas cautelares.
As restrições foram impostas no âmbito do inquérito que investiga o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por suposta articulação com aliados do ex-presidente norte-americano Donald Trump para promover retaliações ao governo brasileiro e a ministros do STF.
Eduardo, que está nos Estados Unidos desde março sob alegação de perseguição política, teve parte da estadia financiada por transferências via Pix feitas por Bolsonaro, segundo as investigações.
O ex-presidente também é réu no STF por participação na suposta trama golpista. O julgamento está previsto para ocorrer em setembro.
Fonte: André Richter – Repórter da Agência Brasil