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Crônica: Apelidos

Publicado em 20/10/2023 às 11:52

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Nome, sobrenome ou características da pessoa? Isso não é relevante, o importante é saber que os apelidos estão aí, presentes em nossas vidas. Já começam dentro de casa, não tem por onde escapar… 

Há quem goste, outros não, me incluo na turma do “não”! Apesar de gostar de colocar apelidos nas pessoas que passam pela minha vida. Um nome que só eu consiga identificar, sejam colegas de escola, de trabalho, ou somente os conhecidos, visto que tenho poucos, ou melhor, raros amigos. 

Em casa tinha o apelido de Branco, Alemão, Kássinho, “Enferrujado” — por ser cheio de sardas, meu irmão dizia que fui achado na lata de lixo — e na infância os apelidos bullying, “Branquelo Azedo”, “Barata Descascada” — resultado de um mineirinho exposto ao sol de praia, e começando a descascar —. Apelido bom é aquele que pega, e por não gostar de nenhum, todos esses me pertenceram um dia! 

Brasileiro e apelido formam uma dupla perfeita, porque o povo gosta com força, e é bom demais nessa arte de colocar nomes nos outros, em formas de brincadeiras, ou palavras pejorativas, que algumas vezes ofendem quem as recebe. 

Lembro-me de vários apelidos, de pessoas que conheci nesses cinquenta e oito anos de vida. A começar pelas famílias maternas e paternas, minha mãe era conhecida pelo nome de “Doca”, hoje em dia repreende quem se esquece, e ainda a chama por ele. Tenho tios que se chamam “Bedeu, Boleba, Bidico, Mincas” — parece até escalação de time de futebol de várzea —, primas chamadas de “Mariola, Tunga”. Sendo que esses apelidos nem de longe lembram seus nomes próprios. 

No interior mineiro, lugar de onde eu vim, apelido é uma coisa nata, pois você nunca é só, sempre será de alguém. A pessoa é conhecida como “Zé da Conceição”, sendo que seu nome é “José”, filho da dona “Conceição”, “Cida do Tonho”, “Aparecida” casada com o senhor “Antônio”, e por aí vai…tem ainda os que são conhecidos pelo exercício da profissão, como por exemplo o “Tião da Barbearia”, “João da Estação” e o “Dico da Quitanda”.  

Outros apelidos que conheci durantes esses anos, “João Espada, Dinho Linguiça”, pai e filho, respectivamente. “Tico Baiacu, Toninho Mococa, Peneira Guerra, Tabaco Baco, Zé Cocada, Bode Cheiroso, Cachorro Doido”. 

E por último, mas não menos importantes tem os “doidos” que passaram pela minha infância em Conselheiro Pena, cidade do interior de Minas Gerais, “Breu, Clemente, Rosa Doida, Cachelepe, Maria das Neves”. E no bom mineirês, quem na vida nunca levou carreira de um doido, não teve histórias de infância para contar! 

Fica aqui uma pergunta, que atire a primeira pedra que não tem em sua vida um apelido pra chamar de seu? 

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