Vitória sedia o I Simpósio de Arboviroses Tropicais Emergentes, promovido por Lacen/ES e Ufes

Publicado em 17/06/2025 às 08:33

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Foto: Cristiane Libardi/ Secom/Governo do ES

Em uma parceria entre a academia e o poder público, em busca de novas ações para o combate às arboviroses e o fortalecimento das medidas de enfrentamento, o Espírito Santo recebeu, entre as últimas terça-feira (10) e quinta-feira (12), importantes nomes da saúde brasileira para a realização do I Simpósio de Arboviroses Tropicais Emergentes (ARBOVIX). O encontro foi idealizado como uma iniciativa conjunta da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e da Secretaria da Saúde (Sesa), por meio do Laboratório Central do Espírito Santo (Lacen/ES). O evento contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e da Subsecretaria de Vigilância em Saúde.

Ao longo dos três dias de evento, foram pautadas discussões sobre os avanços mais recentes na área da saúde e as perspectivas para o futuro, visando à compreensão da dinâmica de doenças como dengue, chikungunya, febre amarela, e, especialmente o oropouche, além do desenvolvimento de soluções que possam ser aplicadas no enfrentamento das emergências sanitárias relacionadas a elas.

As palestras centrais foram coordenadas pelos pesquisadores Dr. Felipe Gomes Naveca e Dra. Nildimar Honório, ambos do Instituto Oswaldo Cruz, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e pelo Prof. Dr. Maurício Lacerda Nogueira, da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp). O Simpósio marcou também a apresentação, em formato pôster, de trabalhos científicos desenvolvidos nas áreas da epidemiologia, entomologia, imunopatologia e virologia, com a participação de estudantes de graduação, Pós-graduação e profissionais da saúde de diferentes regiões do País, como Rio de Janeiro, Mato Grosso, Rondônia, São Paulo e Goiás.

“Esse evento trouxe muito orgulho a todos nós, por recebermos no Estado diversos especialistas brasileiros e podermos discutir as arboviroses em um contexto de saúde pública no Brasil. São profissionais das mais diversas áreas que puderam compartilhar muito conhecimento, além de estabelecermos novas parcerias e colaborações para buscar informações que contribuam no enfrentamento das arboviroses que assolam o País há tanto tempo”, comemorou o diretor do Lacen/ES, Rodrigo Ribeiro Rodrigues, que esteve presente na mesa de abertura.

De acordo com Rodrigues, a ideia do Simpósio nasceu em virtude do cenário que as arboviroses vêm apresentando no País, como sua expansão para regiões tropicais e subtropicais e a sua capacidade de afetar tanto a população das áreas urbanas quanto das rurais, a exemplo do oropouche no Espírito Santo, no último ano. Além disso, o aumento da incidência dessas doenças — relacionado principalmente às mudanças climáticas e aos eventos climáticos extremos, que favorecem a proliferação dos vetores e alteram os padrões de transmissão — representa também um desafio crescente para as autoridades de saúde pública.

A abertura do I Simpósio de Arboviroses Tropicais Emergentes (ARBOVIX) aconteceu na última terça-feira (10) e contou também com a presença do subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso; do reitor da Ufes, Prof. Dr. Eustáquio de Castro; do vice-diretor do Centro de Ciências da Saúde da Ufes, o Prof. Dr. João Alexandre Trés Pancoto; e do Prof. Dr. e presidente do ARBOVIX, Edson Delatorre. O encontro discutiu temáticas sobre a expansão das arboviroses no Brasil; a vigilância epidemiológica e genômica; o controle de vetores e entomologia; os avanços no diagnóstico molecular; e pesquisa de vacinas e perspectivas clínicas.

Mais fotos do evento neste link.

Definições futuras ao enfrentamento às arboviroses

O I Simpósio de Arboviroses Tropicais Emergentes (ARBOVIX) foi concebido também com a proposta de ser uma resposta científica e institucional à emergência pública provocada, em especial, pela disseminação do vírus Oropouche (OROV) fora do eixo amazônico, como evidenciado pelos casos detectados no Espírito Santo e na Bahia, sendo organizado pelo professor Edson Delatorre (Ufes) e pelos pesquisadores Rodrigo Ribeiro Rodrigues e Suwellen Azevedo, ambos do Lacen/ES.

No sentido de resposta, o ARBOVIX estabeleceu novas parcerias científicas e promoveu o reforço das colaborações já existentes, a fim de aprofundar os conhecimentos sobre a epidemiologia do oropouche no território capixaba, assim como na investigação de seus mecanismos neuroinvasivos e imunopatogênicos.

Entre as parcerias, destaca-se a formação de redes interinstitucionais reunido a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diversas unidades da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“Essas redes têm como finalidade central promover o entendimento integrado da dinâmica de disseminação das principais arboviroses emergentes, com ênfase na vigilância do OROV e na compreensão dos casos graves, que atualmente são considerados como um dos maiores desafios enfrentados pelo sistema de saúde capixaba”, explicou a doutora em Biologia Celular e Molecular, referência técnica do Lacen/ES e coordenadora do Comitê Científico do ARBOVIX, Suwellen de Azevedo.

Por que ARBOVIX?

O nome ARBOVIX carrega um significado simbólico. Ele é inspirado na fusão entre “arbovírus” e a incógnita “X”, representando a próxima ameaça viral que poderá emergir.

Se no passado zika, chikungunya e oropouche surgiram de forma inesperada, pensa-se qual será o próximo arbovírus a impactar a saúde pública. Nesse sentido, o “X” simboliza o desconhecido, a necessidade de vigilância constante e a importância da ciência na antecipação e resposta a novas epidemias. O ARBOVIX se posiciona, portanto, como um espaço de reflexão e preparação diante dos desafios atuais e futuros.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Sesa

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