Vale a pena revisar IOF para evitar especulações, diz Haddad
Publicado em 23/05/2025 às 11:39

Foto: Diogo Zacarias/MF
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (23), em São Paulo, que a decisão de revisar parte da medida que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi motivada pela intenção de evitar “especulações” e interpretações equivocadas que pudessem sugerir desestímulo a investimentos no país.
“Esse ponto é bastante residual dentro do conjunto de medidas. Considerando as informações que recebemos, entendemos que valia a pena revisar esse item para evitar interpretações erradas sobre objetivos que não refletem nem a posição do Ministério da Fazenda, nem a do governo. A intenção nunca foi inibir investimentos no exterior. Por isso, consideramos correta a revisão”, explicou Haddad.
Segundo o ministro, o impacto da revisão será pequeno em relação ao pacote total de medidas anunciado na véspera. “O efeito é muito baixo. Estamos falando de menos de R$ 2 bilhões, enquanto o conjunto das ações anunciadas soma R$ 54 bilhões”, destacou.
Por volta das 23h30 de ontem, o Ministério da Fazenda informou que, “após diálogo e avaliação técnica”, decidiu restabelecer a redação original que previa alíquota zero de IOF para aplicações de fundos nacionais no exterior. Já na manhã desta quinta-feira (23), antes da abertura dos mercados, Haddad revelou que passou a noite trabalhando na redação do novo decreto, que foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União.
“Hoje cedo foi publicado um decreto do presidente, a pedido do Ministério da Fazenda, revendo um ponto do decreto anterior sobre investimentos no exterior. Depois do anúncio de ontem, às 17h, recebemos diversos subsídios de agentes do mercado apontando que aquele trecho poderia causar ruído e transmitir uma mensagem equivocada. Como se trata de uma questão pontual, em meio a um pacote de mais de R$ 50 bilhões, consideramos justa a revisão. Encaminhamos o texto à Casa Civil e o decreto foi processado e publicado nesta manhã”, explicou.
Haddad reforçou que o governo está sempre disposto a ouvir e ajustar medidas quando necessário, desde que os objetivos principais sejam mantidos.
“Não temos qualquer problema em fazer correções de rota, desde que o rumo do governo — de fortalecimento do arcabouço fiscal e cumprimento das metas para a saúde financeira do país — seja preservado. Continuaremos abertos ao diálogo e contamos com a colaboração dos nossos parceiros tradicionais para ajustar o que for necessário e garantir o alcance dos objetivos anunciados ontem, que são os mais importantes”, concluiu.
Fonte: Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil