Trump diz ter “química” com Lula e anuncia encontro bilateral
Publicado em 23/09/2025 às 13:32
Foto: White House
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (23) que pretende se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana. Durante coletiva após seu discurso na abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU, Trump elogiou o chefe de Estado brasileiro, a quem chamou de “homem muito agradável”, destacando que ambos tiveram uma “química excelente” em um breve encontro.
“Encontrei o líder do Brasil ao entrar aqui e falei com ele. Nos abraçamos. As pessoas não acreditaram nisso. Nós concordamos que devemos nos encontrar na próxima semana. Foram cerca de 20 segundos. Conversamos e concordamos em conversar na próxima semana”, disse.
Trump foi o segundo a falar na tribuna da ONU, logo após Lula, que abriu a sessão, como é tradição desde 1955.
O presidente norte-americano afirmou que as tarifas impostas contra o Brasil e outros países são uma forma de defesa da soberania dos Estados Unidos, alegando que governos anteriores permitiram que seu país fosse “explorado por décadas”. Ele citou que o Brasil teria taxado produtos americanos “de forma injusta”, o que justificaria a aplicação de tarifas de 50% por Washington.
“Fiz isso porque, como presidente, defendo a soberania e os direitos de cidadãos americanos”, disse. Trump acusou ainda o Brasil de aplicar tarifas elevadas e de “interferir na liberdade de cidadãos americanos e de outros países com censura, repressão e uso do sistema judicial como arma”.
Apesar das críticas, o republicano sinalizou possibilidade de cooperação: “O Brasil poderá se dar bem se trabalhar conosco. Sem a gente, eles vão falhar como outros falharam”, declarou.
A escalada de tensões comerciais começou em julho, quando os EUA aumentaram as tarifas sobre produtos brasileiros. O governo brasileiro reagiu lembrando que, nos últimos 15 anos, Washington registrou superávit de mais de US$ 400 bilhões no comércio bilateral, argumento que, segundo Brasília, derruba a justificativa para novas taxações.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, também respondeu às declarações de Trump em carta, negando que haja censura no Brasil. “No Brasil de hoje, não se persegue ninguém”, escreveu. Ele classificou as afirmações como baseadas em uma “compreensão imprecisa dos fatos” e disse que as decisões da Corte visam proteger a liberdade de expressão.
Fonte: Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil