Tenda de jornalistas palestinos em Gaza é bombardeada após reunião virtual com brasileiros

Publicado em 26/09/2025 às 09:13

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bombardeios em gaza- freepik

Foto: Freepik

Um grupo de jornalistas palestinos teve sua tenda atingida por bombardeios das forças militares de Israel, na tarde desta quinta-feira (25), na Cidade de Gaza. O ataque ocorreu pouco depois de uma videoconferência organizada pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), pelo Sindicato dos Jornalistas da Palestina e pela Embaixada da Palestina no Brasil, que reuniu profissionais de imprensa palestinos e brasileiros.

No local funcionava o Centro de Solidariedade de Jornalistas em Gaza, onde estavam cerca de 20 profissionais. Segundo o embaixador palestino no Brasil, Ibrahim Alzeben, ainda não havia informações sobre vítimas até o início da tarde. Uma fonte próxima ao sindicato local afirmou, porém, que todos conseguiram escapar com vida.

Durante a reunião online, líderes sindicais palestinos e jornalistas relataram a violência contra a categoria na Faixa de Gaza. De acordo com o Sindicato dos Jornalistas da Palestina, dos 1,6 mil profissionais registrados no território, 252 foram mortos desde o início da ofensiva israelense, em outubro de 2023. Outros 400 foram feridos, cerca de 200 estão presos e pelo menos 600 familiares de jornalistas também morreram. A entidade calcula ainda que 647 residências de profissionais da imprensa foram destruídas.

A jornalista freelancer Fidaa Asaliya, que estava na tenda atingida, afirmou que os trabalhadores da imprensa estão arriscando a vida para mostrar ao mundo a realidade da guerra.
“Estamos em meio a bombardeios constantes que ameaçam nossas vidas, mas continuamos fazendo nosso trabalho”, disse. Segundo ela, a ocupação “não distingue entre jornalista, cidadão ou membro da resistência”.

O jornalista Samir Khalifa contou que já precisou se deslocar 18 vezes em menos de dois anos para escapar dos ataques. Além da violência direta, mais de 3,4 mil profissionais estrangeiros foram proibidos de entrar em Gaza desde o início da ocupação, entre eles 820 dos Estados Unidos, principal aliado de Israel.

A presidenta da Fenaj, Samira de Castro, lamentou o episódio. “A ideia da reunião foi dar voz a colegas que estão sendo assassinados brutalmente. Israel pode ter monitorado a transmissão e agido em seguida para silenciar ainda mais vozes”, declarou.

Em nota, o Comitê Editorial e de Programação (Comep) e o Comitê de Participação Social, Diversidade e Inclusão (CPADI), ambos fóruns da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), repudiaram o ataque. Para os colegiados, o episódio demonstra a perseguição de Israel a jornalistas com o objetivo de calar denúncias de genocídio em Gaza. Eles pediram que a ONU, organismos internacionais e entidades de defesa dos direitos humanos adotem medidas urgentes para conter os crimes de guerra.

A Agência Brasil solicitou posicionamento à Embaixada de Israel sobre a violência contra jornalistas palestinos e aguarda resposta.

Desde o ataque do Hamas a Israel, em outubro de 2023, que deixou 1,2 mil mortos e 220 reféns, o Exército israelense mantém ofensiva contra Gaza. Mais de 60 mil pessoas já morreram nos bombardeios e ataques terrestres, segundo autoridades locais, a maioria mulheres e crianças. Hospitais, escolas e serviços básicos foram destruídos, e o bloqueio às fronteiras impede a entrada de alimentos e medicamentos.

O conflito esteve no centro dos debates da Assembleia Geral da ONU, realizada nesta semana em Nova York. Países como França, Reino Unido, Canadá e Austrália reconheceram oficialmente o Estado palestino. O Brasil mantém desde 1967 sua posição favorável à soberania da Palestina e à coexistência de dois Estados. Israel, porém, já declarou que não aceitará a criação de um Estado palestino.

Fonte: Pedro Rafael Vilela – Repórter da Agência Brasil

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