Suspeito de participação nos ataques em Paris diz que ato “não foi nada pessoal”
Publicado em 15/09/2021 às 14:50
O terrorista Salah Abdeslam, único sobrevivente entre os autores materiais dos atentados de 13 de novembro de 2015, em Paris, na França , disse nesta quarta-feira (15) que os ataques foram uma retaliação pelos bombardeios contra o Estado Islâmico.
“Nós atacamos a França, miramos a população, os civis, mas não era nada de pessoal. O objetivo não é colocar uma faca na ferida, mas sim ser sincero”, declarou o franco-marroquino durante o processo em Paris contra 20 réus por envolvimento nos atentados.
Abdeslam é o único deles que participou ativamente dos ataques em 13 de novembro de 2015, mas, ao contrário de seus comparsas naquela noite, não detonou o próprio corpo como estava planejado e acabou preso.
Em seu julgamento, o terrorista argumentou que os aviões franceses que bombardeavam o Estado Islâmico “não faziam distinção entre homens, mulheres e crianças”. “Queríamos fazer a França sofrer a mesma dor que nós sofremos”, acrescentou.
Leia Também
Dos outros 19 réus no processo, 10 estão em prisão preventiva, enquanto três respondem em liberdade, todos eles acusados de dar suporte financeiro e logístico aos terroristas. Seis pessoas ainda serão julgadas em contumácia, sendo que algumas delas já teriam morrido na Síria ou no Iraque.
Iniciado em 8 de setembro, o julgamento é descrito pela imprensa local como o maior na história moderna da França e deve durar pelo menos nove meses, envolvendo cerca de 330 advogados e 1,8 mil sobreviventes e parentes das vítimas.
Os atentados de 13 de novembro deixaram 130 mortos na casa de shows Bataclan, em bares e restaurantes do 10º e do 11º arrondissements de Paris e nos arredores do Stade de France, em Saint-Denis, cidade satélite da capital francesa.