
Vida Saudável
Sou mãe de primeira viagem: como manter a mente saudável no puerpério e não surtar com a nova rotina?
Publicado em 12/05/2025 às 13:45

A chegada do primeiro filho transforma a vida de uma mulher de forma avassaladora. Entre fraldas, noites mal dormidas, amamentação e mudanças hormonais, é comum que as mães da primeira viagem se sintam sobrecarregadas, ansiosas ou até mesmo perdidas. Se somarmos a isso as cobranças sociais para “dar conta de tudo” (bebê, casa, carreira, relacionamento e aparência), o resultado pode ser um esgotamento físico e emocional. Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que cerca de 20% das mulheres no período pós-parto desenvolvem algum tipo de transtorno mental, como depressão ou ansiedade. Há até relatos de surtos e internações nos primeiros meses após o nascimento.
Como estamos em maio, o mês das mamães, vários temas vêm à tona. Para as gestantes atuais e as mulheres que estão vivendo os primeiros meses de seus bebês, o texto se torna uma excelente fonte de conhecimento e até conforto, por que não?

Segundo a psicóloga Sátina Pimenta, coordenadora do curso de Psicologia do Centro Universitário Estácio de Vitória, a exaustão mental da maternidade está diretamente relacionada à sobrecarga e à falta de apoio. “Essa mãe é construída socialmente para ser uma figura disponível o tempo todo. Muitas relatam a sensação de deixar de ser uma pessoa para se tornarem apenas ‘a mãe de alguém’. Isso pode gerar impactos psicológicos profundos, especialmente quando a gravidez não foi planejada ou desejada inicialmente”, afirma.

Além das transformações hormonais e emocionais, uma mudança radical na rotina exige que uma mulher se reorganize toda a sua vida para conciliar os papéis de mãe, profissional, companheira e cuidadora. “Reorganizar a vida para dar conta de todas essas critérios é algo extremamente complexo e emocionalmente desgastante. Por isso, uma das principais recomendações é não tentar dar conta de tudo sozinha”, alerta Sátina.
Dividir responsabilidades é fundamental
“É essencial lembrar que o pai não está apenas ‘ajudando’ — ele também é responsável pela criação dos filhos”, reforça a psicóloga. A construção da parentalidade deve ser compartilhada, e a mulher precisa ter uma rede de apoio sólida. Quando essa rede não está disponível entre familiares e amigos, o ideal é buscar suporte em instituições, grupos comunitários ou mesmo profissionais de saúde mental.
Para identificar sinais de que a saúde mental pode estar comprometida, é importante prestar atenção a sintomas como tristeza persistente, insônia, falta de prazer nas atividades diárias, irritabilidade constante, sensação de fracasso ou excesso de culpa. “Esses sinais podem indicar depressão pós-parto, exaustão emocional ou ansiedade, quadros distintos, mas que podem ser potencializados pela pressão social e pela ausência de suporte adequado”, explica a psicóloga Sátina.
A presença de amigos e familiares também pode fazer diferença
Desde que não compareçam a julgamentos ou palpitações que gerem mais estresse, a presença de familiares e amigos é bem-vinda. “Todos os sintomas que citei podem ser prevenidos ou geridos quando existe apoio. A mãe de primeira viagem tem muitas dúvidas, vive tudo pela primeira vez. Ela se cobra mais. Por isso, o acolhimento sem crítica é essencial”, orienta o especialista.
Cuidar da mãe é cuidar do bebê
Ao priorizar a saúde mental, essa mulher se fortalece para viver uma maternidade de forma mais leve, proveitosa e equilibrada. Sátina Pimenta, que é mãe de dois filhos, revela que mudanças de atitude da mulher são normais em gestações futuras e que isso não deve reprimi-la ou preocupar-la. “Outra coisa que acontece também é quando a mãe tem o segundo filho. Vem aquele medo de passar tudo de novo, mas a mulher que pariu antes não será a mesma de agora, pois o amadurecimento da vida e da própria maternidade irá oferecer isso. Eu tenho dois filhos de 10 anos de diferença entre um e o outro, estão em fases de desenvolvimento opostas, então eu sei que as diferenças em si mesmas vão ocorrer e isso é bom”, garante.
Procure ajuda psicológica em caso de necessidade
A Estácio, por meio do seu curso de psicologia, desempenha um papel ativo na promoção da saúde mental. A instituição oferece apoio psicológico gratuito à população em geral, proporcionando um recurso vital àqueles que precisam de algum tipo de orientação e suporte. No Espírito Santo, a Estácio possui unidades em Vitória e Vila Velha e a ajuda pode ser concedida a qualquer momento. Basta ir em uma das unidades e procurar pelo suporte psicológico.
Por fim, uma boa dica para mães e gestantes que buscam orientação, conversas com outras mulheres na mesma situação, compras de acessórios para o bebê e fins, é visitar a Feira do Bebê e Gestante Vix, que acontece de 28 de maio a 1º de junho, no Pavilhão de Carapina, em Vitória (ES). O evento reúne produtos, serviços e profissionais que podem apoiar essa nova fase com informação, carinho e, principalmente, empatia.
Fonte: P6 Comunicação