Risco de Surtos de Dengue: Alerta da Opas e Estratégias de Prevenção no Brasil
Publicado em 12/02/2025 às 11:21

Foto: Freepik
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu, nesta última terça-feira (11), um alerta sobre o risco de surtos de dengue nas Américas devido à circulação do sorotipo DENV-3. Além do Brasil, esse sorotipo do vírus já foi identificado em países como Argentina, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México, Nicarágua, Peru e Porto Rico.
A Opas orienta que os países reforcem a vigilância epidemiológica, o manejo de casos, a adaptação dos serviços de saúde, o diagnóstico precoce, as medidas preventivas e a participação ativa da comunidade na contenção da doença. No Brasil, o Ministério da Saúde já adota essas estratégias desde 2023, o que levou à criação do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública para Dengue e outras Arboviroses (COE Dengue) e à implementação do Plano de Ação para Redução dos Impactos das Arboviroses.
O DENV-3 é um dos sorotipos mais virulentos do vírus da dengue, com maior risco de causar formas graves da doença. Pesquisas apontam que a segunda infecção por qualquer sorotipo aumenta a predisposição para quadros severos, independentemente da sequência dos vírus envolvidos. Entretanto, os sorotipos 2 e 3 são os mais associados a manifestações graves.
“Esse alerta é essencial para que os países com aumento nos casos de dengue adotem medidas para reduzir o impacto da doença, protegendo tanto sua população quanto os países vizinhos. No ano passado, o Ministério da Saúde já havia identificado a circulação do DENV-3 no Brasil e, desde então, vem intensificando a vigilância das arboviroses em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e a população”, explicou Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA).
No início do ano, o Ministério da Saúde emitiu um alerta aos novos gestores municipais sobre o aumento de casos de dengue e chikungunya previsto para 2024/2025, além de recomendações para enfrentar um possível agravamento da situação nos primeiros meses de 2025.
Até o momento, o Brasil registrou 257.284 casos prováveis de dengue e 72 óbitos, o que representa uma redução de 63% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em 2024, foram contabilizados 698.482 casos prováveis e 617 mortes pela doença, conforme dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses.
Novas tecnologias no combate à dengue
O Ministério da Saúde tem investido em novas tecnologias para reduzir o impacto da dengue, Zika e chikungunya no país. Entre as estratégias adotadas estão a Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI), as Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs), o uso de insetos estéreis, o método Wolbachia e a vacinação contra a dengue.
No que se refere à imunização, o Brasil adquiriu toda a produção disponível do laboratório fabricante. Foram compradas 6,5 milhões de doses para 2024 e 9,5 milhões para 2025. Devido à quantidade limitada, a vacinação está focada em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, abrangendo 1.921 municípios, em alinhamento com estados e prefeituras.
Além dessas iniciativas, o Ministério da Saúde reforça a importância da participação da população no combate ao mosquito transmissor. A recomendação é dedicar 10 minutos semanais para eliminar possíveis criadouros do Aedes aegypti, uma vez que 80% dos focos estão dentro ou ao redor das residências. Como parte das ações preventivas, foram distribuídos, pela primeira vez, 6,5 milhões de testes rápidos para diagnóstico da dengue em todo o país. Desses, 4,5 milhões já estão sendo entregues, enquanto os 2 milhões restantes serão mantidos como estoque estratégico para regiões que apresentem aumento no número de casos e precisem de resposta rápida.
Fonte: Ministério da saúde