Privatização da Eletrobras: “jabutis” incluídos na MP custam mais que a empresa

Publicado em 21/10/2021 às 21:21

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Privatização da Eletrobras:
Sophia Bernardes

Privatização da Eletrobras: “jabutis” incluídos na MP custam mais que a empresa

Nesta terça-feira (19) o governo feral aprovou a  modelagem de desestatização da Eletrobras, apesar de críticas a respeito de “jabutis” – trechos sem relação com o objetivo original da proposta – incluídos no texto. Entre os pontos polêmicos estão desde a contratação obrigatória de usinas termelétricas movidas a gás natural para fornecimento de 8 megawatts (MW) de energia por 15 anos até indenização ao estado do Piauí .

No fim, o valor da empresa pode não pagar nem mesmo o custo dessas propostas incluídas na MP, já aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro. 

Segundo Victor Iocca, Gerente de Energia Elétrica da ABRACE (A Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres), o texto inicial era bom e a desestatização positiva, mas ao passar pelo Congresso se tornou “surreal”.

“O processo de privatização da Eletrobras, o texto, era muito bom. A iniciativa privada passaria a ter uma participação maior e a energia seria barateada para a maior parte da população. Qual foi o problema? Todos os jabutis inseridos ao longo da tramitação”, comentou na live do Brasil Econômico desta quinta-feira.

“Boa parte do texto original que tem como objetivo a capitalização foi mantido, mas a gente aumentou e muito o custo da privatização. Nós fizemos estimativas que vai custar muito mais todos os jabutis inseridos do que o próprio valor da empresa, o que é surreal”, completa.

Ele também criticou a obrigatoriedade de contratação de 8.000 térmicas a gás natural por 25 anos em regiões onde essa matriz energética não é favorável: Nordeste, Norte e Centro-Oeste. 

Serão 1.000 MW na região Nordeste, 2.000 MW no Norte onde seja viável a utilização das reservas provadas de gás natural nacional existentes na Amazônia e 2.000 MW no Centro-Oeste. Nos três casos, será necessário instalar as térmicas onde não há suprimento de gás, o que obrigará a construção de extensos gasodutos.

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“O gás está na costa, no pré-sal, talvez faça sentido econômico contratar térmicas no litoral, não no interior do país”, explica. “E como vamos levar gás para o Centro e para o Norte do país? Vamos ter que subsidiar gasodutos, e essa conta só aumenta”, finaliza. 

Ele lembra que enquanto o Brasil investe nesse modelo de energia, mais poluente e mais caro, o mundo vai à contramão e busca fontes renováveis. 

Veja:

Semanalmente, a redação do Brasil Econômico entrevista algum especialista para aprofundar um tema relevante do noticiário econômico. Sempre às quintas-feiras, as transmissões começam às 17h pela página do Facebook e pelo canal do iG no YouTube.




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