Micaela Berger: mais de 40 anos dedicados à música homenageados na ALES

Na última terça-feira (24), uma ilustre moradora de Domingos Martins foi homenageada na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (ALES). Trata-se da musicista Micaela Barbara Lhotsky Berger, que recebeu a homenagem das mãos do Deputado Estadual Sergio Mageski, pelos anos de dedicação e carinho aos trabalhos musicais na Igreja Evangélica de Confissão Luterana (IECLB), principalmente com os grupos de metais na Obra Acordai, juntamente com seu falecido marido, Norberto Berger.

Instrumentista, arranjadora e compositora, a trajetória de Micaela Barbara Lhotzky Berger se destaca pela importante contribuição à música, especialmente à música religiosa. De origem luterana, nos mais de 40 anos dedicados à atividade musical, compôs dezenas de arranjos para corais e trombonistas luteranos e também canções para outras denominações religiosas. É dela a composição do canto “Misericórdia”, tradicionalmente entoado no Ato Penitencial da liturgia católica.

Residente em Domingos Martins há cinco anos, Micaela nasceu na Alemanha e veio para o Brasil em 1969 para se casar com o Pastor Norberto Berger, falecido em setembro deste ano. Morou em várias cidades capixabas e começou a compor ainda jovem. “Quando cheguei ao Brasil, percebi que não havia muitos arranjos para corais e trombonistas. Então, comecei a produzir arranjos e peças de música sacra, e também folclórica, e não parei mais”, enfatiza.

Já o canto Misericórdia, Micaela produziu para um concurso da Campanha da Fraternidade da Igreja Católica. “Para mim é uma alegria como luterana ter uma peça de minha autoria na liturgia católica porque o ecumenismo sempre esteve presente na minha vida”, ressalta.

Micaela toca violino, piano e órgão de tubo e tem formação em música sacra. Além da contribuição à música religiosa, também foi violinista da Orquestra Filarmônica do Espírito Santo por 28 anos. Possui mais de cem peças já publicadas e outras dezenas para serem compiladas.

Ela conta que iniciou na música aos cinco anos de idade por influência da mãe, Elisabeth Charlotte Kipke Lhotzky e do pai Heinrich Lhotzky, que era flautista profissional. “Minha mãe era pianista não profissional. Ela tocava muito bem e começou a me dar aulas de piano em casa. Mais tarde, também estudei violino e órgão de tubo no ginásio. E aos 17 anos, ingressei na Escola de Música de Bayreuth, onde estudei música sacra”, relembra.

Outra influência marcante apontada por Micaela na própria formação e trajetória musical é a obra de Johann Sebastian Bach. “Aos 12 anos, eu me apaixonei pela música de Bach. A obra dele tem uma espiritualidade que mexe comigo e que me acompanha desde então”, justifica.

Atualmente, Micaela divide seu trabalho entre as aulas particulares de piano, violino e flauta e as aulas de Yoga, que também ministra há sete anos, ambas no município de Domingos Martins.

Norberto Berger

Micaela foi casada por 48 anos com o pastor Norberto Berger, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), falecido no dia 11 de setembro em Domingos Martins. O casal teve um filho, uma filha e três netos.

Além do trabalho pastoral, ele ficou conhecido no Espírito Santo pela defesa dos direitos humanos e do ecumenismo. Juntamente com outras lideranças religiosas e da sociedade civil, liderou no início dos anos 2000 um grande fórum de combate à corrupção, ao crime organizado e à violência, o “Reage Espírito Santo”.