Marcelo Santos explica maior aproximação da Assembleia Legislativa com a população

Publicado em 06/02/2025 às 10:25

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ELEIÇÕES

Texto e Fotos: Julio Huber

Em sua primeira entrevista concedida fora da Grande Vitória após ser reeleito presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (ALES), o deputado estadual Marcelo Santos (União Brasil), conversou com os diretores do portal Montanhas Capixabas, Julio Huber e Evandro Albani, em uma visita que fez ontem (06), no Sicoob Café Hall, em Domingos Martins.

Marcelo Santos, que está em seu 6º mandato consecutivo de deputado estadual, foi reeleito presidente do Legislativo capixaba com o voto de todos os parlamentares. Após conceder a entrevista ao portal, no Sicoob Hall da sede do município, o deputado visitou a prefeitura do município e seguiu para Venda Nova do Imigrante, onde se reuniu com prefeitos da região.

Santos falou sobre o que o levou a ser reeleito por unanimidade para presidir a ALES, sobre a aproximação da Assembleia com a população e também sobre o seu futuro político. Nos próximos dias, o Montanhas Capixabas publicará outros trechos da conversa com o deputado.

Montanhas Capixabas – O que o senhor aponta como o fator principal de ter sido reeleito por unanimidade e ter a aprovação de todos os deputados para a sua continuidade como presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo?

Deputado Marcelo Santos – Bom, primeiro dizer que é a primeira entrevista que eu dou fora da Grande Vitória e a primeira visita que eu faço fora da Assembleia, que é aqui na região e ao site, essa rede que é o Montanhas Capixabas. Para mim é uma satisfação poder inaugurar a minha rodada de visita e o trabalho que faço às bases, aqui, em Domingos Martins, e dialogando com vocês, do Montanhas Capixabas.

Sobre o motivo que levou a nossa reeleição por unanimidade, digo que é fruto de uma simples e única palavra: respeito. O respeito instituído entre o presidente e os deputados, entre a Assembleia Legislativa e os demais poderes e instituições, e principalmente à população do Espírito Santo, é que nos fez nos tornarmos, inclusive, diferentes das demais casas legislativas brasileiras, a exemplo do próprio Congresso Nacional.

Nós instituímos um modelo onde nós podemos não concordar com a opinião de um colega, mas nós a respeitamos. Não precisamos votar com o projeto de um colega, mas mesmo não votando, o respeito vai balizar as nossas ações, seja na discussão ou no voto dentro da casa. Então esse é o primeiro ponto.

O segundo ponto é o fortalecimento dos mandatos dos parlamentares e também das comissões temáticas. Não há uma Assembleia forte que não dialogue com a sociedade. E como é que ela pode dialogar com a sociedade? Você dando condição para o parlamentar exercer plenamente o seu mandato. Dar condição para que as comissões possam efetivamente estar onde o povo está. Como é que a Comissão de Segurança vai vir a Domingos Martins, vai discutir segurança pública em Domingos Martins, se ela não pode estar aqui? E por mais que a população possa ir até a Assembleia, fica muito distante e fria essa relação. E é papel da Assembleia e de seus membros, os colaboradores, estar perto da sociedade.

Eu sou o terceiro deputado na história dos 190 anos da Assembleia, eleito com 100% dos votos da casa, e sou o primeiro na história da Assembleia Legislativa a conseguir se reeleger por unanimidade. Isso para mim é muito honroso, mas aumenta ainda mais a responsabilidade que essa turma que representa o conjunto da sociedade me delegou para continuar representando a Assembleia.

Para os próximos dois anos o desafio vai ser muito maior, já que nos dois últimos anos o senhor realizou importantes mudanças da Assembleia e criou ações e projetos? O que pode ser feito de diferente?

O desafio no parlamento é constante, até porque é uma casa plural. Deus nos fez diferente, graças a Deus, até usei isso no meu discurso. E cada um que está ali representa uma fatia dos seus iguais, e tem um ponto focal para trabalhar, por mais que ele atenda em todas as áreas, ele tem uma linha de atuação.

Muitos não moram somente na Grande Vitória, mas sim em diversas partes do Estado. É uma casa totalmente plural e que ocupa os espaços do Estado, naturalmente ela fica em mutação, por conta das demandas que o cidadão recebe no dia a dia, seja aquele que trabalha, por exemplo, defendendo fortemente as forças de segurança, e que são demandados pelos sindicatos, pelas associações, pelos problemas.

E muitas situações do dia a dia vão para o plenário, e é preciso ter capacidade de dialogar permanentemente dentro daquela base do respeito, para você entender que essa casa precisa se manifestar e você meramente precisa ter um controle, então é estar presente. Eu não sou um presidente, muito menos um parlamentar, ausente da casa. Eu sou de chão de fábrica, eu nunca fui deputado que marcou presença e foi embora, eu sou um deputado que debati todos os debates, enfrentei todos os temas.

Eu sou um dos poucos deputados que participou efetivamente da virada de página do Espírito Santo, poucos deputados tiveram a oportunidade e a coragem de enfrentar o que nós enfrentamos – lá em 2002 para 2003 -, de pedir intervenção federal no Espírito Santo. Tinha greve do setor da educação por seis meses, atraso do salário dos servidores públicos por três meses, viatura da Polícia Militar quebrada, e quando você via reformando, era algum supermercado que financiava. Nós viramos essa fase.

Não foi a ideologia que virou a página do Espírito Santo e fez ela crescer desse tamanho. Eu sempre coloquei que cada um de nós, aqui dentro do nosso íntimo, tem a nossa ideologia, a minha posição ideológica, por exemplo, é centro-direita, e por que eu sou centro-direita? Porque eu sou de um tempo que eu permaneço até hoje, porque eu dialogo. As brigas que sempre existiram na política tempos atrás, elas existiam, eram no palanque, mas as forças convergiam no diálogo, hoje você tem uma dificuldade disso.

Evaldo Xavier, Luciane Marques Pereira e Laercio Schaefel (Sicoob), Marcelo Santos, Julio Huber e Evandro Albani

Então, o meu maior desafio é, com a aproximação das eleições e com a composição da eleição que terminou agora – falando de prefeituras e câmaras -, é você mostrar que pode ter reflexo na Assembleia, como já teve no primeiro dia. Houve o debate de dois deputados, um defendendo e outro criticando o prefeito da capital, e ele não estava lá para se defender, mas se tiver o respeito, podem fazer a crítica à gestão, porque isso é natural, é cobrança, então esse é o meu grande desafio.

A população sabe qual é o papel da Assembleia para a sociedade?

Eu me recordo que logo quando eu ganhei a minha primeira eleição de presidente da Assembleia, um jornal da Grande Vitória foi entrevistar, no abrigo de ônibus em frente à Assembleia, as pessoas que ali estavam e perguntou a elas o que elas achavam do papel da Assembleia. Cerca de 90% não sabia a importância da Assembleia na vida delas e qual é o papel do parlamentar.

Então aquilo me chamou muita atenção e foi inclusive o auge do meu pronunciamento quando eu discursei na posse, de que nós deveríamos mudar essa interpretação equivocada da sociedade, não legislando em causa própria, mas por saber da essência e da importância do parlamento na vida das pessoas.

Hoje nós somos a primeira Assembleia Digital do país, somos a Assembleia mais transparente do país, segundo a Atricon (Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil), e somos o poder mais transparente do Espírito Santo. O projeto Assembleia Cidadã abriu as portas para a população. Então, isso tudo nós começamos a fazer para que a população começasse a ver a essência e como é fundamental a Assembleia na vida delas.

Criamos um programa Arranjo Produtivo, que não é só para entregar um trator, um secador de café, um arado, ou um despolpador, uma estufa para poder produzir morango, as mudas de plantas, ou então aquele macacão para o cara que trabalha na apicultura. Nós entregamos conhecimento ao agricultor familiar, para essa turma que mais produz no Espírito Santo, que coloca alimento saudável na nossa mesa. É um olhar diferente que nós temos que ter.

E nós conseguimos levar conhecimento para eles, e esse conhecimento fez com que eles pudessem diversificar na agricultura, não ficar dependente de uma única cultura. Os deputados estão aqui na nossa base conversando sobre agricultura, sobre segurança pública, sobre turismo, sobre lazer, sobre assistência social, sobre tudo.

O que o senhor efetivamente já fez e vem fazendo para que todas as comunidades, inclusive do interior, saibam o que a Assembleia tem feito em prol do cidadão comum, e como um morador aqui das Montanhas Capixabas tem acesso aos deputados e a Assembleia?

Primeiro foi fazer com que as pessoas conhecessem a essência, a importância e o papel da Assembleia, foi mudar um pouquinho essa lógica que não tinha, dar condição aos deputados, às Comissões e abrir as portas da Assembleia, principalmente com a Assembleia Cidadã. Hoje nós criamos vários serviços, como a emissão de Carteira de Identidade, a Procuradoria da Mulher, a Defesa do Consumidor, a Comissão de Defesa dos Animais, porque de fato há uma violência exacerbada com relação aos animais, e vocês amplamente divulgam isso.

O índice de homicídio caiu, mas o índice de violência contra a mulher ascendeu. Então, nós abrimos tudo isso com a parceria, inclusive com a Delegacia de Polícia Civil, com a Defensoria Pública, com a Justiça e com o Ministério Público.

Por ser uma Assembleia 100% digital, nós conseguimos fazer uma comunicação. Criamos agora um aplicativo chamado InterAles, que você conhece tudo o que está acontecendo na Assembleia e de uma maneira muito simplificada é possível ver quais são os deputados que compõem a Assembleia, tem o histórico de cada um, quais são os deputados que compõem as comissões e tem ainda um canal para falar diretamente com os deputados.

É claro que aí também depende de cada parlamentar a forma de se comunicar, pois se você sabe como entrar em contato com o gabinete do deputado, por telefone, WhatsApp ou e-mail, a comunicação fica muito mais fácil, mas vai depender dele também. Mas, a Assembleia instituição, o poder que eu lidero, deu todas as condições para que o cidadão possa ter um canal direto com o seu deputado ou com o deputado que ela quiser.

Uma outra coisa que nós conquistamos foi a contratação de uma agência de comunicação. E, a partir daí, nós demos a passos menores, a passos pequenos, um de cada vez, ampliando o percentual de investimento que a comunicação pode fazer nos veículos de comunicação. Aí começamos a mostrar ainda mais o papel da Assembleia e a atividade parlamentar. Então, isso também foi fundamental, porque não existia.

Aguarde os próximos trechos da entrevista com o presidente da Assembleia Legislativa, no portal Montanhas Capixabas, em que ele fala de muitos outros temas e inclusive do seu futuro político.

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