Lula elogia envio de acordo Mercosul-UE ao Parlamento Europeu
Publicado em 05/09/2025 às 14:18
Foto: Ricardo Stuckert/PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumprimentou, nesta sexta-feira (5), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pelo envio do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) para votação no Parlamento Europeu. Os dois conversaram por telefone durante cerca de 20 minutos sobre as relações entre o Brasil e o bloco.
No comando temporário do Mercosul, o Brasil pretende assinar o tratado até o fim do ano, durante a Cúpula de Líderes em território nacional. Lula afirmou que o avanço representa “mais um passo importante para sua assinatura”.
De acordo com o Palácio do Planalto, o acordo criará um mercado de mais de 700 milhões de pessoas, equivalente a 26% do PIB global. O comunicado destacou ainda que Lula e von der Leyen reafirmaram o compromisso com o multilateralismo e a construção de uma ordem internacional mais justa e pacífica.
Desafios na aprovação
Concluído em dezembro após 25 anos de negociações, o acordo precisa da chancela do Parlamento Europeu e do apoio de 15 dos 27 países da UE, representando 65% da população do bloco.
A França lidera a resistência, alegando que o texto não atende às exigências ambientais ligadas à produção agrícola e industrial. Lula rebateu as críticas, classificando a posição francesa como protecionismo. Agricultores europeus também têm protestado, temendo a entrada de commodities sul-americanas mais baratas, especialmente carne bovina. A Comissão Europeia rejeita a acusação.
Interesses estratégicos
Já países como Alemanha e Espanha defendem a implementação do acordo, que poderia compensar perdas comerciais com os Estados Unidos e reduzir a dependência da China em insumos estratégicos, como o lítio para baterias.
O tratado também abriria espaço para produtos agrícolas europeus, como queijos, presuntos e vinhos, com tarifas reduzidas no mercado sul-americano.
Na conversa, Lula reforçou que eventuais salvaguardas adotadas pela UE devem respeitar o espírito do texto acordado.
Fonte: Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil