Lula e Macron reafirmam compromisso com acordo Mercosul-União Europeia em meio a tensões comerciais com os EUA

Publicado em 20/08/2025 às 14:01

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Foto: Ricardo Stuckert/PR

Em meio ao aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da França, Emmanuel Macron, reforçaram nesta quarta-feira (20) a disposição de concluir as negociações do acordo entre Mercosul e União Europeia. As tratativas, que se arrastam há mais de duas décadas, ainda enfrentam resistências, especialmente de Paris, que alega falta de garantias ambientais no texto.

Durante a conversa por telefone, que durou cerca de uma hora, Lula rebateu as críticas, acusando a França de adotar uma postura protecionista em defesa de seus agricultores. Segundo nota divulgada pelo Palácio do Planalto, os dois líderes se comprometeram a intensificar o diálogo para que o acordo seja assinado ainda neste semestre, período em que o Brasil exerce a presidência do Mercosul.

O governo brasileiro vê no entendimento com os europeus uma oportunidade de diversificação das parcerias internacionais e de fortalecimento das relações com países do Sul Global. Além do pacto com a União Europeia, o Mercosul concluiu um acordo com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) — formada por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça — e avança em negociações com Japão, Vietnã e Indonésia.

No mesmo telefonema, Lula repudiou a decisão de Washington de elevar tarifas de importação sobre produtos brasileiros para 50%, medida anunciada no início de agosto pelo presidente Donald Trump. De acordo com especialistas ouvidos pela Agência Brasil, a estratégia norte-americana tem caráter político e mira o Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que discute alternativas ao dólar nas transações comerciais. O Brasil já recorreu à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as medidas norte-americanas.

Outro ponto de destaque da conversa foi a COP30, marcada para novembro de 2025 em Belém (PA). Macron confirmou presença no encontro, definido por Lula como a “COP da verdade”, momento em que ficará evidente quais países estão dispostos a cumprir as metas baseadas na ciência para enfrentar as mudanças climáticas. O presidente brasileiro cobrou da União Europeia compromissos mais ambiciosos no tema.

A pauta internacional também incluiu o conflito entre Rússia e Ucrânia, em curso há mais de três anos. Macron elogiou o papel do Grupo de Amigos da Paz, liderado por Brasil e China, e ambos concordaram em manter o diálogo sobre a busca por uma solução negociada. Lula alertou para o aumento dos gastos militares em um mundo onde cerca de 700 milhões de pessoas ainda enfrentam a fome, e defendeu a reforma de instituições multilaterais para garantir uma governança global mais representativa e democrática.

No campo bilateral, Brasil e França reforçaram a parceria na área de defesa, que já inclui projetos conjuntos de produção de helicópteros, submarinos e satélites.

Fonte: Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil

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