Gripe já causou 58 mortes no ES em 2025; 84% das vítimas não estavam vacinadas
Publicado em 26/06/2025 às 08:22

Foto: Freepik
Com a chegada do inverno, as doenças respiratórias tendem a aumentar, especialmente a gripe, causada pelo vírus Influenza. No Espírito Santo, mesmo com a vacina disponível para toda a população a partir dos seis meses de idade, a baixa adesão à imunização tem preocupado as autoridades de saúde. Até esta terça-feira (17), 58 mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada por Influenza foram registradas no estado. Destas, 49 vítimas (84,48%) não haviam tomado a vacina.
Além dos óbitos, dos 249 casos confirmados de SRAG por Influenza, 213 ocorreram em pessoas não vacinadas. Os dados são do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe) e do Sistema Vacina e Confia.
A SRAG é uma complicação grave da gripe e ocorre quando os sintomas gripais evoluem com comprometimento da função respiratória.
Idosos são maioria entre as vítimas
Segundo Danielle Grillo, referência técnica do Programa Estadual de Imunizações da Secretaria da Saúde (Sesa), os dados apontam que os idosos seguem como grupo mais afetado. Dos 49 óbitos de pessoas não vacinadas, 30 (61,2%) tinham 60 anos ou mais — público que, desde o início da campanha, faz parte do grupo prioritário de vacinação, ao lado de crianças de 6 meses a menores de 6 anos e gestantes.
Esses grupos devem atingir 90% de cobertura vacinal, conforme recomendação do Ministério da Saúde. No entanto, após quase três meses de campanha, a cobertura entre os prioritários está em apenas 47,80%.
Pessoas com comorbidades também correm risco
Outra preocupação envolve pessoas com doenças crônicas. Entre os 19 óbitos registrados em adultos de 18 a 59 anos, 14 vítimas (73,68%) tinham pelo menos uma comorbidade — como cardiopatias (47,37%), diabetes e tabagismo (21,05%), além de doenças hepáticas, neurológicas, pulmonares, renais, obesidade e imunossupressão.
“Mesmo não fazendo parte dos grupos com meta de cobertura, essas pessoas estão entre os prioritários especiais e têm direito à vacina desde o início da campanha”, reforça Danielle Grillo.
Letalidade da Influenza aumentou em 2025
A taxa de letalidade da SRAG por Influenza também cresceu. Em 2025, está em 23,29%, mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2024 (10,07%). Até 17 de junho deste ano, foram confirmados 249 casos e 58 óbitos. No mesmo período do ano passado, foram 417 casos e 42 mortes. O ano de 2024 terminou com 501 casos e 51 óbitos.
Segundo a médica Mariana Ribeiro Macedo, referência técnica da Vigilância da Influenza e Meningites, os casos mais graves da doença se concentram entre os idosos. “A Influenza tem gerado mais complicações e mortes neste grupo, além de haver também uma alta circulação do vírus sincicial respiratório neste ano”, destacou.
Vacinação é a principal forma de prevenção
Mariana reforça que os cuidados devem ser mantidos ao longo de todo o ano, especialmente no inverno. “A vacinação anual é essencial porque o vírus Influenza sofre mutações frequentes, e a vacina é atualizada constantemente”, explicou.
A vacina está disponível para todas as pessoas com mais de seis meses de idade nas unidades de saúde de todo o Estado.
Medidas de prevenção contra a gripe
Além da vacinação, a Sesa orienta a população a seguir medidas simples para reduzir os riscos de contágio:
- Higienize as mãos com água e sabão ou álcool em gel;
- Use máscara se estiver com sintomas gripais ou se fizer parte do grupo de risco;
- Use lenços descartáveis para higiene nasal;
- Cubra nariz e boca ao espirrar ou tossir;
- Evite tocar olhos, nariz e boca;
- Não compartilhe objetos pessoais;
- Mantenha ambientes bem ventilados;
- Evite contato próximo com pessoas com sintomas;
- Fuja de aglomerações e espaços fechados;
- Tenha uma alimentação saudável e consuma bastante líquido.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Sesa